+partium+

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Quando Jackson e Mark entraram no quarto, ainda estavam completamente molhados pela chuva. Seus cabelos pingavam levemente no carpete e podiam sentir pequenos arrepios provocados pelo frio.

O protetor fechou a porta, logo virando-se para encarar o loiro, que se recostara à beirada da janela, como se o esperasse. Ele respirou fundo, tentando conseguir uma melhor maneira de começar. No entanto, Mark foi mais rápido, tomando a frente.

—Me desculpe, Jackson. —foi direto, logo aproximando-se do protetor para tocar em suas mãos. —Eu explodi e não dei a você a chance de falar. Eu levantei a voz quando tudo o que você queria era contar comigo. —seus olhos explicitavam sua angústia, mas suas palavras saíam calmas, aveludadas.

—Você também tinha muito para falar e eu não perguntei como você estava. —o protetor inclinou-se apenas para encostar sua testa na do loiro. —Me desculpe.

—Eu tive medo de te perder, ainda que eu saiba que você não vai embora tão fácil assim. — Mark fechou os olhos, sentindo o calor de Jackson próximo de si, sem se afastar e sem soltar suas mãos.

—Eu não deixei de pensar em você um segundo, quando estava em missão. —Jackson continuou.

—Era insuportável estar longe de você. —segurou as mãos do protetor com mais força.

—Eu entendi que...te deixar sozinho não é te proteger. Eu prometi que iria ficar tudo bem e...voltei tendo me machucado e feito você se machucar.

Mark abriu os olhos, diante daquelas palavras, afastando-se brevemente para encarar a expressão séria de Jackson, que apenas continuou:

—Nós somos mais fortes juntos e, de agora em diante, vamos permanecer juntos, como eu disse antes. Sem guardar nossas dores um do outro. Hm?

Os olhos de Mark exprimiram um brilho singular e, feliz, assentiu.

Os dois então se abraçaram. As mãos do vampiro apertavam com força o tronco do protetor, que tinha uma das mãos em sua cintura e outra em sua nuca. Ambos tinham os olhos fechados e suspiravam, aliviados, sentindo o calor um do outro.

—Eu não aguentaria mais que um dia sem me entender com você. —Mark sussurrou.

—Você sabe que também pode contar comigo, não sabe? Não importa o quê, eu vou ouvir você. —Jackson respondeu, afastando-se apenas para olhar para seu rosto.

—Eu sei.

—Então...pode falar o que sentiu. —acariciou a bochecha do loiro, que mordeu o lábio, assentindo.

—Você ter se machucado...me deixou impotente. Você dar sangue para o Yugyeom me deixou ansioso. E...você estar tão próximo de Jinyoung me fez sentir inseguro. Era isso que eu queria ter dito com mais calma, antes. —suas bochechas tornaram-se vermelhas. —Eu pareço uma criança ciumenta. —franziu as sobrancelhas.

Jackson riu, diante de seu comentário. Ao mesmo tempo, ele o entendeu.

—Eu não vou prometer que não vou mais me machucar, mas se isso acontecer, vou me recuperar logo. E...Yugyeom e Jinyoung são pessoas com quem me importo, mas você...é o homem que eu amo. —beijou a testa do vampiro. —Além disso, Yugyeom estava em perigo e...tudo o que eu pensei foi em ajudar. Se meu sangue pôde fazer isso...é um alívio. Eu não sinto o veneno dos vampiros, mas só pelas descrições não consigo imaginar como tenha sido doloroso para ele.

Mark o olhou com intensidade, aliviado e compreendendo que aquele era justamente o jeito de Jackson. Ele ajudaria e faria o que fosse preciso para aqueles em sua volta que lhe eram queridos. Pensando nisso e, com o coração palpitando em euforia pela declaração, tocou no queixo do vampiro com seu polegar e indicador e selou seus lábios de forma demorada. 

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