+familia est omnia+

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Quando Jackson recebeu uma afirmação positiva para entrar no quarto de seu pai, respirou fundo, antes de vagarosamente abrir a porta.

O mais velho segurava em suas mãos uma foto antiga, mas perfeitamente conservada. Na imagem, uma bela mulher jovem e sorridente tocava a própria barriga por cima de um vestido longo e claro.

Seu pai levantou o olhar, encarando-o e em seguida sorrindo.  Jackson o devolveu uma expressão cuidadosa e então se aproximou para tocar o ombro do mais velho. Por alguns segundos eles ficaram em silêncio, olhando para a foto com ternura.

—Mamãe era muito bonita. —Jackson comentou, baixinho, com um breve sorriso formado em seus lábios.

—Era...linda. E muito forte. —Ricky tateava a foto com carinho e cuidado. —Agora que penso, você se parece muito com ela, filho. Me pergunto se ela estaria brincando comigo sobre isso, se estivesse aqui...

Jackson sentiu seu coração apertar. Queria ter tido a possibilidade de a conhecer. Abraçá-la, deitar-se em seu colo e ouvir com atenção sua voz e o que ela poderia lhe ensinar. Ao mesmo tempo, pensou no quanto seu pai sentia falta dela.

—Ela estaria feliz se visse como o senhor me criou bem, pai. —sua voz embargada chegou aos ouvidos de seu progenitor, que se levantou lentamente da poltrona de onde estava sentado e o abraçou com força, emocionado.

Nenhuma palavra foi dita, porque eles sabiam o que significavam um para o outro. O abraço de consolo, carinho e fraternidade parecia poder ser resumido em uma palavra apenas.

—Filho... —Ricky acariciou seus cabelos, como fazia quando ele era pequeno. —Eu amo você. Jamais esqueça disso.

—Eu também amo o senhor, pai. —sussurrou, recostando sua testa no ombro dele, em meio a suas lágrimas. —Não importa o que aconteça.

Era estranho como dizer que amavam um ao outro parecia, além de todas as boas sensações, angustiante. Como se a qualquer momento pudessem não se ver mais, desaparecerem da vida um do outro.

Talvez fosse o pensamento de que logo poderiam estar em perigo e o inimigo contra quem estavam lutando estava muito silencioso há um tempo. Ou talvez aquelas palavras sempre deveriam ser ditas, quando possível. Afinal, o amanhã sempre foi e sempre será incerto.

Os dois se separaram, encarando um ao outro com sorrisos breves, limpando suas faces úmidas de emoção.

—Nós devíamos voltar. Afinal você é o anfitrião, mestre. —Jackson brincou. —Tenho certeza que a mamãe iria querer que você relaxasse um pouco, também.

—Bem, é verdade. —Ricky riu, concordando. — Antes, já que estamos falando de pessoas que amamos...como você e Mark estão? —perguntou, como se há muito estivesse preocupado sobre isso.

—Estamos bem, pai. Só tivemos um desentendimento. Vivemos e descobrimos muita coisa em tão pouco tempo. No final, decidimos que vamos passar por isso juntos. —o mais novo respondeu, com uma expressão firme.

—Como deve ser. —as palavras de seu pai entoaram como a voz de Hyunjin, o surpreendendo.

—Sim, é assim que deve ser. —o protetor sorriu.

+

Mark e Jinyoung ainda estavam próximos a mesa, no mesmo lugar. Depois de conversarem um pouco, os dois vampiros permaneciam num silêncio calmo, apenas sorrindo vez ou outra quando Bambam e Yugyeom os lançavam olhares divertidos, do outro lado do hall.

O vampiro de linhagem Valok bebia em goles fartos o sangue em sua taça, enquanto olhava para o salão.

—Eles são bons.—sorriu, comentando acerca de como o casal de protetores dançavam.

RegiumWhere stories live. Discover now