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Jin permanecia quieto, enquanto segurava seu costumeiro pingente ao olhar a figura de ombros largos a sua frente. O pai encontrava-se na janela, de costas para o filho mais velho, enquanto observava a correria lá fora.

—Nenhum sinal do seu irmão?—Valok o perguntou, não se movendo sequer um milímetro.

—Nenhum.—desencostou-se da mesa grande de madeira, aproximando-se também da estrutura grande de vidro.—Não acha estranho? Ele sumiu, o protetor que havia chegado e o vampiro que ele veio salvar foram embora. Passei alguns dias sem vigiá-los mas não percebi mais a presença deles por ali quando voltei.

—Você acha que o encontraram e o levaram até os líderes?—o homem de aparência velha, ao mesmo tempo que firme, encarou o filho. Suas roupas pesadas denunciavam o frio no qual a zona se encontrava.

—É uma possibilidade. —respondeu.

Batidas na porta chamaram atenção dos dois. O líder permitiu que quem estivesse do lado de fora adentrasse a sala.

—Meu senhor.—um jovem vampiro se dirigiu à Valok com uma reverência. Sua voz parecia trêmula, o nervosismo aparente.—As resistências da primeira zona foram devidamente contidas.

—Ótimo.—sorriu.—Os protetores de lá já se encontram nos locais destinados?

—Sim, senhor. Todos foram levados de reféns. Suas armas foram confiscadas.

—E quanto ao clã? —encarou o jovem, que engoliu em seco. O olhar sanguinário e sério do líder o provocava arrepios.

—Eu matei o líder. Acho que esqueci de mencionar, então me perdoe, meu pai. .—Jin riu, recebendo um olhar indecifrável do pai.

—Como o jovem mestre disse, o líder do clã se encontra morto. Seus aliados se renderam logo que souberam da notícia. Não há sequer nenhum perigo de resistência.

—São ótimas notícias, garoto.—respondeu.—Vá, saia daqui. Está dispensado.

—Obrigado, meu senhor.—o pequeno engoliu em seco, saindo da sala.

Valok olhou novamente para Jin, que paralisou seus movimentos. Aquele olhar do pai era repressor, cheio de autoridade. E mesmo a Jin, aquele aspecto cortante se fazia terrível.

—Esqueceu de me dizer que matou um líder do clã da primeira zona, Jin?! Como não me deu satisfação de tal fato?!—bradou.

—M-Me perdoe...

—A ordem era que mandassem alguém até lá para matá-lo e que você apenas liderasse os nossos.

—Mas, pai, o plano deu certo. O território foi tomado, os protetores presos e o líder não pode mais dar ordem nenhuma, porque já está morto.

—E o que outras zonas irão pensar? Que conseguimos isto porque meu próprio filho se colocou à fazer o trabalho sujo? Estamos mesmo tão desesperados assim? Você pensou o quanto poderia ser prejudicial à nossa imagem?

Jin resetou-se, magoado. Por um momento pensou que seria reprimido por ele próprio ter ido até lá e se colocado em perigo, no entanto o pai não pareceu se preocupar com isto, mas com o quanto seria ruim para uma simples "imagem".

—Eu cometi um erro.—falou, seco. —Me perdoe, meu pai. Não irá se repetir mais algo assim, apenas seguirei suas ordens. Desculpe pelo transtorno que causei.

O mais velho apenas o devolveu um olhar duro.

—Agora, nosso próximo passo é procurar nos infiltrarmos na oitava zona. A esta altura, todos devem estar sabendo da nossa conquista. É hora de ficarmos alertas, a oitava zona deve estar procurando aliados.

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