+repudium+

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Jackson acordou assustado, olhando para os lados. Recebia olhares desconfiados de vários vampiros que estavam ali. Lembrou-se de Mark o ajudando, até cair desmaiado sobre a cama de uma tenda branca, onde se encontrava. Sua voz transpassou seus ouvidos.

—Ainda bem que acordou.—o sorriso do vampiro era terno.

—Mark...—sentiu seu braço dolorido. Ele estava bem enfaixado, de modo que o sentisse um pouco dormente pela força que estava exercendo sobre sua ferida.

—Você é bem forte, Wang.—Jaebum se aproximou, causando calafrios nos outros vampiros ao ouvirem aquele sobrenome.— Resistiu bem ao veneno.

Se ele imaginasse que ele nem ao menos fez efeito, ficaria espantado. Mas Jackson não correria o risco de dizer tamanha estranheza. Ele próprio estava surpreso e confuso quanto a isso. Uma simples mordida de um vampiro, sem sucção, servia para várias coisas: fazer a vítima agonizar, perder os sentidos e enfraquecer. Para eles, facilita o trabalho de ter que conter alguém se debatendo enquanto tenta lutar por sua vida, ou de ter que lutar de igual para igual com algum protetor.

Vários companheiros haviam lhe  descrito o quão ruim era a sensação. O quão dolorosa e enfraquecedora ela era. Mas a não ser a dor no local, Jackson não sentiu nada internamente. Caíra naquele momento por seu cansaço extremo e fraqueza de sua recente recuperação de uma de suas crises, não pela dor.

Mark olhou para si, diante do que Jaebum acabara de dizer, então concordou com o amigo.

—Verdade. Você resistiu muito bem.

—Então, você é o filho do líder Wang? Jackson, não é?—um garoto desconhecido por Jackson se aproximou. Tinha alguns curativos pelo corpo, mas parecia bem.—Me chamo Choi Youngjae. Sou um líder de fronteira. —sorriu.

—Olá.—respondeu simples, ajeitando-se na cama. Os demais ali ainda olhavam torto para si. 

—Sei que pode não ser um bom momento, você acabou de acordar, mas eu poderia lhe fazer algumas perguntas? —perguntou.—Quer dizer, você conseguiu chegar aqui sozinho, sem nenhuma dificuldade. Como descobriu nossas trilhas? Como veio parar aqui? Não quero parecer inconveniente lhe bombardeando de perguntas, mas devemos esclarecer as coisas. Nas fronteiras todo cuidado é pouco, mesmo que Mark tenha nos dito que podíamos confiar em você.

Jackson respirou fundo, prevendo que apesar de suas dores de cabeça diante de tantas perguntas, teria de responder.

—Não acho que vocês irão acreditar no que tenho para dizer.

—Apenas nos dê as devidas explicações. —outro garoto chegou, nomeando-se Yi Ahn, outro líder.

—Eu tive um...pesadelo. Eu sonhei que algo ruim iria acontecer. Com Mark. —o vampiro o observou confuso, mas atento.

—Então...você veio por causa de um pesadelo? —Youngjae perguntou, fazendo Jackson suspirar. Sabia que seria difícil, mas não estava dizendo nada mais que a verdade.

—Não foi só um pesadelo. Eu senti. Eu tive crises de suor frio e elas só melhoraram quando eu senti  que deveria vir. Não sabia nem por onde começar a procurar alguma trilha ou algum lugar que me trouxesse até aqui, mas eu simplesmente tinha que vir. Eu acabei entrando por descuido em território inimigo.

—O quê?—JB se alarmou.— Como sabe disso? Alguém viu você?

—Ninguém me viu e eu estava camuflando meu cheiro com algumas ervas. Eu vi um deles caçando um cervo.—observou os olhares curiosos de todos. —Achei que a espécie de vocês abominasse sangue animal.

—Digamos que não é nada agradável. —Youngjae comentou. —Seria como um humano se alimentar de terra. Tem ferro em sua composição, o que te deixa tecnicamente forte, mas o gosto é terrível.

RegiumWhere stories live. Discover now