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Os dois garotos, conversando entre o arco da porta, de certa forma se encontravam aliviados de não possuírem mais estranhamentos desconfortáveis. Muito se havia esclarecido diante de seus diálogos. Até Mark sentir um cheiro diferente vindo do quarto do mais forte.

—Alguém esteve aqui?—perguntou.

—Não, ninguém.—Merda. Não podia arriscar meter Bambam em apuros.

O loiro apenas entrou no quarto, então vasculhou a área tão rápido que Jackson não teve tempo de pará-lo. Teria de inventar uma desculpa ou arranjar algo que fizesse com que Mark não suspeitasse que o amigo estivera ali esta noite. Não poderia gerar suspeitas quando acabara de iniciar algo mais proveitoso com Mark.

Lembrou-se então que possuía algumas ervas na bolsa que seu pai o havia dado para mascarar seu cheiro de vez em quando. Elas mesclavam vários cheiros diferentes, então dependendo do ambiente apenas se misturavam normalmente as plantas e a outros mais fracos.

—Ahn, acho que deve estar sentindo o cheiro disso...—apontou para a mochila, torcendo para que desse certo.

Mark se aproximou dela então inalou.

—Ah.—disse, acalmando Jackson.—É isso. Desculpe. Por que tem isso?

—Coisa de protetores. Temos que andar com alguns truques na manga.—respondeu.

De repente sentiu uma tontura, que o fez cambalear. As palavras que havia escutado quando sua marca começou a queimar vieram eu sua mente."Não faça eu fazer isso com você" e "Eu te amo". Estaria louco se pensasse que a voz que as dissera era a de Mark?

Devia estar misturando sua saudade de casa com os pensamentos sobre Mark e associando os dois à carência que ele estava sentindo naquele momento. Só podia ser isso. Não tinha uma explicação para ele pensar coisas assim.

—Jackson, você está bem?—Mark tocou seu braço ao perceber que ele estava tonto.

—Estou, eu acho. Só não dormi muito bem...—Na verdade sentia várias vezes aquele tipo de tontura, mas não misturada a outras sensações. Eram constantes suas crises, mas o ideal era não dizer nada. Não chegaria a desmaiar, conhecia o próprio corpo.

—Tem certeza?

—Tenho, está tudo bem.

Mark o observava um pouco preocupado. Parecia que Jackson de repente estava pálido e seu tom de voz suavizara-se drasticamente. Parecia difícil pra ele falar. Não conseguia dizer o que estava acontecendo, mas Jackson não estava bem, tinha certeza.

JB de repente apareceu próximo a porta entreaberta do quarto, abrindo-a e se surpreendendo pelo fato de Mark estar ali, no quarto de Jackson.

O loiro pareceu se assustar, mas logo depois neutralizou sua expressão. Talvez estivesse com medo de ser outra pessoa, mas sendo JB ele não precisava se preocupar. Não haveriam mal entendidos quando quisesse se explicar e JB não costumava julga-lo por suas decisões, mas respeitá-lo.

—Mestre Reymond quer falar conosco. —o melhor amigo de Mark cortou o silêncio, sem entrar no quarto.— Nós três. Agora.

Os dois então assentiram com a cabeça. Jackson nem ao menos se importou em trocar de roupa, apenas fechou a porta do quarto e saiu com os dois garotos, para a antiga e protegida sala do líder Tuan.

Os três entraram rapidamente, Jackson respirando fundo e tentando passar uma imagem mais forte, no entanto ainda sentindo algumas tonturas. Nada que lhe derrubasse ao chão. Ficou atento ao que Reymond iria dizer, estava um tanto inquieto com a ordem repentina.

RegiumWhere stories live. Discover now