Capítulo 11

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| Maia Alencar 📍|





— Prontinho — ajudo a Katy a repor mais a comida na mesa.

— Esse povo tava era trancado em casa — comentou ao meu lado — Nunca vi comer tanto menina — ela disse rindo junto a mim.

— Churrasco de graça, ninguém perdoa — falo.

— Anda, vamos sentar — disse — Quer comer mais ? — passamos ao lado da churrasqueira novamente, é claro que eu ia querer mais, ainda mais o pão quentinho saindo.

— Jamais vou negar comida — pego mais outro prato, só que dessa vez cheio de pão de alho.

Andamos juntas em direção a nossa mesa, percebo que uma mulher estava sentada no lugar em que eu estava, ao seu lado estava aquele homem esquisito, o com nome de animal.

Tinha uma vaga do lado dele e eu que não ia sentar.

Fui me aproximando da mesa e a Katy se separou indo sentar no colo do seu marido, sem saber o que fazer ou onde sentar, não queria sentar do lado daquele homem, ele era meio estranho e grosso. Poucos segundos ao seu lado e me tratou de forma ignorante com aquele palavreado feio. Ando devagar e enfio um pão na boca de nervosa, aproveitei e arrumei minha franja.

Mindinho, o homem sem dedo, que é legal, foi o primeiro a notar minha presença, falando alto comigo, na verdade quase gritando.

— Aí princesinha — levantou o prato vazio — Comi toda sua comida — a outra mão ele levou o último pedaço de linguiça na boca — Eu te avisei — fico parada pensando se sentava ou não.

— Senta Maia — olho pro Vitor que disse.

Todos da mesa me olham, odiava toda atenção em mim, parece que eu esqueço de como agir igual um ser humano normal. Forço um sorriso e o pão de alho desce rasgando na garganta, me acomodo na cadeira e dou graças a Deus quando a Katy tira toda a atenção de mim.

— Raquel achei que não vinha — então esse era o nome da mulher que sentou no meu lugar.

Me inclino um pouco pra olhar ela, pele bronzeada, mostrando o decote que usava, cabelo curto, um pouco maior que o meu com os cachos por todo ele. O homem ao meu lado estava mexendo no celular de cabeça baixa, perco minha atenção dele quando Mindinho balança as mãos na minha direção, vejo ele sinalizar que queria meus pãozinhos, nego com a mão e levo um até com a boca rindo, claro que eu não ia dividir meu pão de alho com ele.

Vejo ele ficar emburrado, solto uma risada não muito alta, mas o suficiente pra ele tirar a atenção do celular e olhar sério pra mim. O sorriso que eu tinha nos lábios morreu na hora, ajeitei minha postura e olho pra frente. Esse cara era sinistro, ele não tem uma cara nada boa, me fez lembrar do que o meu tio disse uma vez daqui, que não era mais como antes, que a ruindade prevalecia mais que a compaixão, ele me contou um caso, de uma vez que viu um desses garotos batendo em uma mulher, disse que quem mora aqui, acaba virando um mau caráter.

O que eu acho totalmente errado, as pessoas não tem um caráter péssimo só porque moram em uma comunidade, vai existir má pessoas em qualquer lugar.

Olho de volta pra ele, escorpião, meus olhos batem nele que me analisa por completo, vejo o olhar dele descer pelo meu pescoço lentamente até meu busto, o que era estranho porque não tinha nada pra olhar, só que talvez eu não esteja usando sutiã, mas é quase imperceptível.

O olhar dele sobe, analisa todo o meu rosto e até mesmo meu cabelo.

Esse cara tava fazendo algum tipo de jogo ? Ou ele é realmente estranho assim ? Porque ninguém fica olhando assim para as pessoas, com cara de quem vai te matar.

MEU PECADO (MORRO)Where stories live. Discover now