Capítulo 71

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Juan César 📍







Observei minha mãe correndo pelo corredor assim que passou pela janela do quarto ao lado de uma enfermeira. Continuei em pé encarando as duas que abriram a porta ofegante.

— O que tá pegando ? — falei tirando todo aquele troço que restava do meu corpo.

— Como assim o que tá pegando ? — Verá se aproxima colocando as mãos no coração — Eu estava conversando com a enfermeira na recepção quando começou a apitar — olho pra aquela máquina safada que marcava as batidas do coração.

— Você tá bem ? — a enfermeira nova de cabelos escuros pergunta — Está sentindo alguma coisa.

— Que isso, tô ótimo — termino de tirar o acesso que tinha no braço, agulha enorme, chega escorre sangue.

— Não tem permissão pra retirar nada, estamos monitorando o senhor — revirei os olhos com o senhor, porra — Até achei que estava acontecendo algo, seus níveis cardíacos estavam aumentando — apertei os olhos concordando, não ia falar que meu coração tava acelerado por um simples ligação com a Maia.

Simples não pô, tenho que ir buscar ela, mesmo que ainda seja de madrugada.

— Não tenho permissão... — dou risada, andando pelo quarto, tadinha, quem vai me impede ? — Mãe cadê minha blusa ? — procuro na bolsa dela.

— Onde pensa que está indo Juan ? — pergunta com um tom de voz bravo.

— Tô indo buscar a Maia.

— O quê ?! — alto demais, ainda tava com dor de cabeça.

Me viro pondo as mãos na cintura, olho pra Verá que tava me achando um maluco, talvez eu tenha ficado, muito tempo sem a Maia, acho que eu tô com abstinência dela. Tá brabo.

— Isso o que você escutou — olho pra enfermeira que tava mais preocupada em olhar pro meu peito sem camisa me analisando todo do que meter o pé daqui — Será que tu tem como dá um minutinho aqui ? — olho pra ela, não era um será, se for o inteligente vai sair logo sem precisar eu falar de novo.

A enfermeira umideceu os lábios me encarando e concordou saindo.

— Olha filho, me escuta aqui...

— Não escuto não — procuro pelo quarto todo a minha casa — Cadê a minha camisa ?

— Você não vai sair daqui Juan, sem antes o médico avaliar você, presta atenção aqui — paro de fazer pra olhar ela — Você tem que fazer exames, vê se tá tudo bem, quando o médico te liberar aí você pode ir atrás da Maia — ah, mas nem fudendo que ia esperar por esse tempo todo.

— Mãe, a Maia acabou de me ligar, reconheci de primeira pela sua voz que a garota não quer ficar naquele lugar e eu vou atrás dela agora e buscar ela, vou trazer a Maia e colocar ela dentro da minha casa querendo ou não — bom, só se ela não quisesse, aí eu teria que fazer mesmo não querendo — E eu não vou esperar por mais tempo, já esperei por tempo demais !

Cadê a minha blusa.

— Aí — ela grita, bate o pé, até me bate na cabeça, nas costas, vários tapas do nada — Porque você tem que ser assim, tão cabeça dura — acertar um tapa escutando na sala toda.

— Porra Mãe, tá machucando — passei a mão no braço.

— Tá bom, mas assim que você trazer ela de volta, você vai voltar aqui e fazer o exames tudo certo — era uma ordem, não uma pergunta.

— Se isso for tranquilizar você, eu venho na mesma hora que chegar aqui — falo e ela concorda — Agora cadê a minha camisa ?

— Você veio sem camisa, não tava usando uma quando te trouxe pra cá — caralho nem me lembro, tô velho mermo.

MEU PECADO (MORRO)Where stories live. Discover now