Capítulo 64

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Juan César 📍






Acordo com a Maia falando alguma coisa, demoro pra assimilar que ela tava dormindo e novamente falava sozinha.

Desço as escadas morto, namoral não dormi nada, meu sono parece que foi a porra de uma prestação. Sigo direto até a cozinha pra fazer um café bem forte pra ver se eu conseguia me manter acordado pelo o dia.

Fico ali pelos próximos minutos, até o café ficar pronto.

— Trouxe pão — olho pra trás vendo o Lucas balançando um saco de pão — Tem nem motivo pra me xingar a esse horário.

Concordo, tava nem raciocinando direito, queria dormir.

— Qual foi ? — coloco uma boa quantidade de café na minha xícara pra ver se eu acordava, me viro vendo ele me olhar — Tá com essa cara aí — Mindinho diz.

— Dormi nada, tive que acordar pra dá os remédios da Maia.

— Ela tá aqui ? — concordo — Tá doente ?

— Tá, aposto que aquele pau no cu do padre fez alguma coisa.

— Que padre ?

— Tu tava onde ? — encarei ele — Tá sabendo de nada não ?

— Não — se senta do meu lado preocupado — O que aconteceu com ela ?

Dali mermo começo a contar tudo, falo enquanto tomava o café da manhã com ele, aproveitei e contei da vida toda dela, o que ela me disse do padre, o mesmo escutava tudo o que eu dizia.

Parecia dois fofoqueiros idosos, não vou mentir, mas pô, ele perguntou e eu disse.

— Caralho... — murmura pensativo — E ela tá melhor agora ?

— Nem fala, tá hibernando agora.

— Ih se eu fosse tu não deixava ela ficar com esse cara que tu falou não, eu não gostei dele e eu nem conheço ele.

Eu também não gosto dele, entra pra fila extensa.

— Quer que eu faça o quê ? Prenda ela ? — ele concorda — Eu não, Maia não é uma criança, se ela deixa é porque quer.

— Não concordo com esse teu pensamento — me levanto quando termino de comer — Porque tipo é só pensar brother, a garota viveu com ele a infância e adolescência toda, o cara fez a cabeça dela, é claro que ia e vai achar que deve fazer tudo o que ele manda.

Pego o copo e vou preparar o Nescau dela, o celular ia despertar daqui uns minutos pra tomar mais um remédio e já sabia que ia acordar irritada e com fome.

— Eu não vou falar nada não, ela que sabe...

— Tá fazendo errado...

— Cala a boca, tu não tem café tomar em casa não ?

— Com que móvel ? — é verdade — Comprei, mas tô esperando chegar, inclusive hoje vou pintar lá o meu quarto, quer pintar pra mim não ?

— Já tô indo — debochei.

Euem, pago para os outros fazerem por mim, até o da minha mãe eu fiz, quem dirá que eu vou pintar a parede do quarto dele.

— Oi gente — escuto a Letícia, não me viro porque ainda terminava de preparar o café da manhã dela — Aqui eu trouxe o pincel que minha mãe mandou trazer, tu se mudou mesmo ?

— Sim, sou vizinho do seu irmão — infelizmente.

— Agora você tem casa, não é um sem teto.

— Verdade, agora eu tenho uma casa, mas tu ainda continua não tendo bunda — escuto a conversa dos dois, ele dá risada, ouço até um barulho e chuto ser um tapa que ela deu nele.

MEU PECADO (MORRO)Where stories live. Discover now