MEU PECADO (MORRO)

Capitulo 27

| Escorpião 📍|

— Como ele está ? — a voz da minha mãe no meio do postinho da comunidade ecoou apavorada.

Talvez seja porque é de madrugada, tinha poucos pacientes, dava pra vê que na sala de espera devia ter apena uma sete pessoas.

— É melhor a senhora se sentar — a médica disse a ela.

Peguei Letícia no colo já que eu não queria deixar ela sozinha e não ia deixar minha mãe grávida em um hospital aqui de madrugada sozinha.

— Estou bem ! — soou firme — Quero saber como meu marido está ?

Letícia não parava quieta no meu colo, deve estar como já que não comeu quase nada na janta, na verdade não tinha o que comer, tinha pedido a uma vizinha que me desce um pouco de arroz, feijão e ovo pra elas duas. A moça sempre ajudava nós, apesar de não ser nada da família.

— Escuta, se acalme, isso é necessário pro seu bem estar e do bebê — encaro sua barriga de sete meses.

— Xii... Fica quietinha Lê — balanço ela no meu colo enquanto tinha uma chupeta na boca e coçava os olhos, ela tava com sono, mas também deveria tá com fome — Mãe, senta aqui na cadeira — digo a Vera.

— Não se intromete Juan ! — ela diz zangada — Eu quero ver meu marido ! Eu tenho esse direito não tenho ? Então por qual motivo não me levam até ele ? — ela tenta passar pela médica.

— Senhora, eu peço por favor que se sente e tente se acalmar — a médica volta a dizer.

Não sei ao certo o que tinha acontecido com meu pai, acordamos de madrugada com uma ligação dizendo que ele tinha batido a Kombi enquanto retornava a casa. Só que agora estamos aqui, nós três.

— O seu marido sofreu um acidente grave — ela retornou a dizer, estava do lado da minha mãe dividindo meu olhar para elas duas — Ele estava alcoolizado dirigindo e bateu com de frente com um caminhão — na mesma medida que ela dizia meu coração acelerava, Letícia começou a chorar como se entendesse alguma coisa, mas claramente não era.

— E como ele está ? — a voz baixa da minha mãe me deixou triste, ainda mais quando vi a lágrima descendo no seu rosto, segurei sua mão e ela apertou forte.

A médica respirou fundo.

— Sinto muito... — a mão foi até o braço da minha mãe — Calma, respira — a médica ajudou minha mãe a sentar na cadeira.

Continuei em pé, tentei várias posições pra que a Letícia parasse de chorar, mas não adiantava.

— Leti, pô... Para de chorar — tento deitar ela nos meus braços e sacudir devagar pra ver se ela para de chorar.

— Alguém me ajuda aqui ! — a médica grita quando vejo minha mãe desmaiar sentada, a médica segura seu rosto e se coloca na sua frente impedindo de chorar.

— O que tá acontecendo ? — pergunto nervoso com a situação.

— Tá tudo bem garoto — a médica olha pra mim — Vou ter que colocar ela no quarto — logo vem dois enfermeiros e coloca ela numa cadeira e leva ela — Vem comigo.

Ando junto com ela entro no quarto vendo minha mãe sendo colocada na cama do hospital, fico nervoso, não sei o que eu faço, o que eu tenho que fazer ?

— O que você tá fazendo com a minha mãe ? — digo quando a médica enfia a agulha nela.

— Qual seu nome ?