Capítulo 34

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| Escorpião 📍 |
  6:49 am


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Cedo, era cedo e ainda, não consegui pregar os olhos o resto da noite, ainda mais depois que saí daquele lugar e fui pra casa. Tinha tomado um banho e fiquei a noite inteira só curtindo a onda boa da maconha. Não era e nunca fui de dormir com ninguém, não ia ser agora que as coisas iam mudar.

No decorrer da manhã ando por toda a comunidade resolvendo os b.o que tinha, ando de um lado pro outro na moto e aproveito que tinha pra cobrar, uns pagaram na humildade, outros dei um prazo de um dia pra arranjar o que tava devendo. Porra era isso o que eu não entendia, o maluco tinha a coragem botar a cara e pedir por drogas, implorar por mais, mas depois sumia na hora de pagar, se comprou tem que a consciência que quando for cobrar, tem que ter na carteira o dinheiro que eu quero.

— Quero o dinheiro até amanhã de manhã — falo olhando pro coroa na minha frente, era cedo e já fedia a álcool — Se não tiver o meu dinheiro, as coisas pra sua família não vão ficar muito boa — aponto pra mulher e o filho que estavam encolhido no sofá.

Foi inevitável olhar pra eles e não lembrar do meu passado, a única diferença que o matou meu pai, foi a bebida.

Saio de lá, a casa caindo aos pedaços, nem pro filha da puta mandar a casa onde mora, mas não prefere saciar o vício.

Vou até Heliópolis, assim que termino o que tinha pra resolver, piloto até onde fico, alguns cara organizavam as drogas. Vou estalando meu pescoço até minha sala, chegando lá Mindinhooo já estava sentado na poltrona, todo largado. Nem dei idéia pra ele, vou até a mesa e pego o caderno, as drogas iam sair hoje e eu precisava resolver as últimas pendências.

Com o celular em mãos troco umas palavras com irmão que tá fornecendo, faço uma nota por quanto tempo vai levar pelo caminho que ele fez e isso demoraria cerca de quatro dias, sem contar que a polícia teria o fácil acesso de pegar, do meu jeito traço como ele deveria fazer.

— Não interessa caralho — falo puto — Se tu colocar essas drogas em um ônibus de viagem com pessoas dentro e principalmente criança, quando passar pela rodovia a chance dos cana parar pra fazer uma revista é bem menos — digo.

E era, qual a chance de um policial parar um ônibus que entra e saí de uma cidade pra outra, carregando passageiros inocentes e crianças ? São bem poucas, não me faria perder a mercadoria e nem o dinheiro, o lance que levaria menos tempo, economizaria tudo.

— Dá o teu jeito — interrompi ele — Quero minhas drogas saindo daí hoje e chegando aqui em dois dias no máximo — não deixo que fale, desligo o celular — E tu porra, tá fazendo o que aqui com essa cara aí ? — o cara tava viajando.

— Só tô pensando aqui — diz.

— Teu turno não acabou faz tempo ? — concorda — Então mete o pé pra casa.

Me lembro que ainda tinha que resolver a parada do milícia, precisava saber como o garoto tava fazendo a função.

Precisava de maconha.

Me sento na cadeira pegando a seda, ponho na mesa e logo em seguida acrescento a maconha e começo a enrolar.

— Hoje de madrugada vi a Maia sozinha na rua — diz — E ela tava chorando... — embolo a maconha e pego o isqueiro acendendo.

— E eu com isso ? — dou uma tragada boa e me encosto na cadeira — Não é problema meu.

— Deixa de ser burro, ela tava sozinha de madrugada, chorando ! — diz como se eu não tivesse entendido, olho pra ele que se levanta — E se alguém tiver mexido com ela ?

MEU PECADO (MORRO)Where stories live. Discover now