Capítulo 41

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|Escorpião 📍|





5 anos atrás•



Abro os olhos, sinto todo o meu corpo todo doer, me remexo na cama de hospital.

Como você está ? — minha mãe pergunta ao meu lado — Tá sentindo dor ?

Concordo.

— Vou chamar o médico — se apronta em sair, mas seguro no seu pulso.

— Eu fui no enterro... — umedeci os lábios e fechei os olhos relembrando a cena de mais cedo.

— Como ? Eu não te vi lá.

— Fiquei afastado — falo — Observei de longe o corpo dela ser velado...

— Como se sente ? — ela pergunta.

Não sabia ao certo o que estava sentindo, raiva, ódio por ter sido tão burro e ter caído no papo dela ao invés de feito o que deveria ter feito desde o início ou se eu fugia com ela, ia manter ela segura, não sei por quanto tempo, mas talvez minha mãe e irmãs pagassem pela minha escolha, afinal a facção em primeiro lugar.

— Eu deveria ter matado ela desde o início.

— Filho não fala assim, ela estava...

— Eu tinha que ter matado sim — falo amargurado — As coisas não teriam chegado a esse ponto... — me remexo na cama e sinto a porra da agulha machucar o meu braço — Fui burro, burro pra caralho pra deixar uma mulher fazer a minha cabeça — irritado puxo aquela porra do meu braço e me sento na cama.

— Não faz isso Juan ! — não dou ouvidos.

— Eu vou embora — me coloco de pé e sinto a dor na minha lombar — Porra... — resmungo segurando na cama.

— Para — segurando na minha mãe quando ela me ajuda a me segurar — Você acabou de sair da cirurgia, deve ficar de repouso.

— Não vou ficar.

— Você vai sim ! — ela diz como uma ordem — Além de ter uma overdose, quase fica sem os movimentos, pelo amor de Deus dá pra você ficar em repouso ? — aperto o maxilar lembrando de tudo o que aconteceu.

— Aí, tu viu isso aqui ? — Mindinho aparece com o celular em mãos entrando na minha cozinha.

Pego seu celular enquanto tomava um café.

— Que que tem ? — devolvo seu celular.

— Como assim o que que tem ? — pergunta como se fosse óbvio — A nossa foto estampado como procurado.

— E tu queria o quê Mindinho ? Porra a gente fugiu da cadeia — mordo o pão.

Não costumo tomar café da manhã, mas como não tinha comido nada ontem de noite resolvendo um monte de pendências, cheguei tarde e capotei na cama. Porra parece que tô sendo sugado por essa vida, não tive escolha nenhuma, aí agora tô pagando por minha ação, ando ocupado esses dias mais do que nunca, daqui a pouco ia ter que resolver a carga que deve tá chegando aqui.

— Como assim olha a sua foto e olha a minha — vira a tela pra mim — "Juan César, conhecido como o vulgo Escorpião" — aponta pra foto e o valor — "Recompensa, cinco mil reais" — diz indignado — Aí eu com essa foto bonita que colocaram, se liga nesse ângulo como eu fico bonito — da zoom na sua foto — Porra... Bonito pra caralho brother — sorri — Mas aí tu vê a porra da recompensa, só dois mil reais ! — ele grita, grita como se aquilo fosse algo absurdo.

MEU PECADO (MORRO)Where stories live. Discover now