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Stayce Silver

Assim que chegamos em frente ao hospital, corri para a recepção.

- Olá, sou parente de Stela Jane, ela está podendo receber visitas? - perguntei tentando manter a calma.

- Só um minuto, por favor. - a recepcionista disse, e digitou algo no computador.

- Sim, é parente dela? - perguntou e eu confirmei.

- Sou filha.

- Ok, ela está na sala, 68. - ela disse, e me entregou uma pulseira onde dizia que eu era visita.

Olhei para jav que estava atrás de mim, e ele segurou minha mão entrelaçando nossos dedos, e seguimos até a sala onde minha mãe estava. E assim que achamos a mesma, um médico saía de dentro, tinha as sobrancelhas franzidas e olhava uma prancheta.

- Olá! Sou filha de Stela Jane. Pode me passar alguma informação do por que ela estar aqui? - perguntei, e apertei a mão de jav.

O médico suspirou.

- Isso não será uma situação fácil. Então, por favor mantenha calma. - ele disse, eu engoli seco, assentindo.

- Descobrimos um câncer próximo ao pulmão dela, em estágio nível 2, encaminhando para o 3. - deu a notícia, e meus olhos se arregalaram, conforme meu aperto na mão de Javon, afrouxava.

- Star? Ei, amor? - ouvi a voz de jav, mas tudo parecia girar, e minha vista estava embaçada.

- Stayce? Ei, vai ficar tudo bem. - ele murmurou tentando me transmitir calma, eu apenas funguei, sentindo meu rosto molhado, e o garoto me acolheu em seus braços, me dando apoio.

Ele me levou até uma das cadeiras, e com cuidado, me sentou em uma delas, ficando ao meu lado em seguida. Enquanto me abraçava, e fazia carinho em meus ombros. 

- Papai já sabe sobre? - perguntei, tentando inutilmente, enxugar as lágrimas que caíam dos meus olhos. 

- Avisei ele, está a caminho. - respondeu jav, e eu assenti, enquanto deitava a cabeça em seu ombro, e brincava com a barra do meu blazer do uniforme. Eu sentia um aperto angustiante no peito, assim como o sentimento de que agora, tudo começaria a desandar de novo. 

Depois de conseguir me acalmar um pouco, me levantei. Javon fez o mesmo, segurando firmemente minha mão em forma de apoio. Respirei fundo algumas vezes, limpei meu rosto, e fui até o quarto onde ela estava. Mamãe tinha a pele pálida naturalmente, mas agora, estava bastante, sua boca, não tinha mais o tom avermelhado de sempre, e sim ressecados. Respirava com a ajuda de aparelhos, e parecia estar em um sono tão profundo e bom, como se isso resolvesse a dor que sentia acordada. 

E ali, meu mundo desabou, de novo. Eu devia ter desconfiado que tudo estava indo bem demais, e que uma hora, a felicidade iria embora. Por que sempre foi desse jeito. 

E vai continuar sendo desse jeito. 

Passei a mão pelos cabelos, sentindo um misto de emoções que me atingiam como um baque doloroso. Agora que tudo estava indo tão bem entre eu e ela, acontece isso. Segurei sua mão, que estava um pouco gelada, e a apertei levemente. Apoiei minha cabeça na mesma, e mordi o lábio inferior, sentindo meu rosto molhado, novamente. 

Ainda estava em estado de choque, então só me mantive calada, deixando as lágrimas caírem livremente, enquanto fazia carinho na mão da mais velha. Até que uma enfermeira, entrou ali, avisando que o horário de visita tinha acabado. Suspirei de forma cansada, e deixei um beijo na testa de minha mão, sentindo minha mão tremer sem parar. Javon, que estava estava sentado na poltrona no canto da sala, se levantou, deixou um beijo em meus cabelos, e segurou em minha mão, de novo. 

Saímos da sala, trombando com meu pai, que parecia ansioso, desesperado, e extremamente nervoso. Mas o desespero nos seus olhos era nítido. Afinal, ele amava a mamãe.

- O médico vai lhe falar sobre a situação dela, eu... vou pra casa. - disse baixinho, minha voz soou falhada e meio rouca. 

- Tá bom, irei te ligar qualquer coisa, fica bem. - ele disse, deixando um beijo em minha testa.

Sabia que ele estava tentando transmitir calma, mesmo quando estava mal da mesma forma que eu. Mas era claro, se ele desabasse, eu também desabaria. 

Javon pediu um uber para nós dois, e assim que o carro chegou, entramos no mesmo, indo até nosso destino. Ele iria ficar ao meu lado, como sempre tem feito. 

(...)

Agora, eu estava sentada em minha cama, com um blusão que jav que eu tinha pegado dele, e uma calça quadriculada. Javon estava sentado atrás de mim, enxugando meus cabelos molhados, suavemente. 

De forma desajeitada, ele passava creme em meus cabelos, enquanto enrolava os cachos do mesmo. Eu teria rido, se tivesse energia para isso. Assim que ele aparentou ter terminado, me virei e deixei um beijo demorado em seus lábios, me abraçando em seu tronco, fazendo ele deitar na cama. 

- Vai ficar tudo bem. - ele disse, fazendo carinho em minha bochecha. Nos ajeitamos na cama.

E mais uma vez, estava sendo a conchinha menor, sentindo a sensação protetora que somente ele me passava. 

(...)

- cap curto, somente pra jogar a bomba.

- meti essa mesmo, e tô vazando.

The messages | Javon WaltonWhere stories live. Discover now