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- muito gatilho nesse capítulo. Pule se, se sentir desconfortável.

(...)

3 Semanas tinha se passado.

E vocês perguntam, teve algum avanço na saúde de Stela?

Não.

Ela só ficava pior, pior, e pior. Star e Sebastian não deixaram de visitar ela nenhum dia. Sempre estavam lá com a mulher, do lado dela.

E agora, mais uma 1 semana tinha se passado.

Os treinos de Stayce iam indo bem, tentava ao máximo se concentrar para aprender a coreografia, afinal era a bailarina principal da peça. Mas quando saía dos treinos, tudo se tornava mal novamente e os pensamentos começariam a lhe corroer de novo.

Indo a caminho do hospital, star sentiu seu peito se apertar por longos instantes. Ela soube que algo acontecia, então apressou os passos, já que o hospital estava próximo. Os passos apressados, se tornou uma corrida.

Assim que chegou na recepção, a secretária apenas lhe olhou, já conhecia a garota, então a deixou ir direto ao quarto da mãe.

Star parou, vendo seu pai parado em frente a janela do quarto de Stela, as mãos no rosto, enquanto chorava. Foi até o lado do pai, trêmula, olhou na janela, vendo os médicos retirarem os aparelhos do corpo da mãe, que tinha os batimentos cardíacos, parados.

Novamente, seus olhos brilharam pelas lágrimas que agora escorriam pelo seu rosto.

- Eu sinto muito. - o médico disse, colocando a mão no ombro de Sebastian.

- Vou organizar as coisas pro funeral, será ainda hoje, Stayce. - o pai avisou a garota, de forma baixa. A menina não se moveu, apenas continuou parada, olhando o corpo da mãe, sem vida.

(...)

Javon fechava o zíper do vestido de Stayce, que se arrumava para o funeral da mãe. O rosto inexpressivo, sem seu sorriso habitual e doce de sempre.

O boxeador fez um pequeno carinho nos ombros da garota, deixando um pequeno selar na testa dela. O mesmo usava uma blusa social preta, e uma calça da mesma cor. Star trajava um vestido preto que ia até as coxas, e um casaco por cima, os cabelos soltos e arrumados.
O rosto sem qualquer tipo de maquiagem, deixando amostra as olheiras fundas nos olhos dela, os lábios ressecados e sem o tom avermelhado de sempre.

- Obrigada. - sussurrou baixinho para o garoto, que a abraçou de lado, indo em direção a saída da casa.

Stayce não sabia nem o que pensar, ou como reagir.
Sua mãe estava morta agora. E ela estava indo até o enterro da mulher. Não tinha forças nem para chorar mais, ou ter qualquer tipo de reação.

(...)

O caixão agora estava sendo enterrado. Enquanto um padre dizia palavras que não entravam na cabeça de star. Somente a família da mulher, e a família walton estavam ali, e alguns conhecidos próximos de Stela.

Javon agarrava a mão trêmula de sua namorada, que jogou uma rosa vermelha no caixão de sua mãe, junto das outras pessoas.
Ventava bastante, lhe trazendo um pouco de frio, pequenas gotículas de água caíam do céu, logo se transformando em uma chuva.

Como a previsão era de que realmente chovesse, trouxeram guardas-chuvas. Javon abriu o seu, colocando sob sua cabeça e de star.

E enfim, o caixão estava enterrado, uma lápide com o nome da mulher e seu tempo de vida, com uma frase abaixo.

Aos poucos, todos iam embora. Mas javon permaneceu ali, apenas ao lado de sua garota, que encarava a lápide da mãe, e deixava as lágrimas rolarem pelo seu rosto.

- Pode ficar com ela essa noite. - Jessica disse, colocando a mão no ombro do filho que assentiu. A matriarca logo saiu dali, junto de sua família, que deixou um beijo na testa de star antes de irem.

Sebastian olhou para o túmulo da sua esposa, e depois para a filha. Saiu dali sem falar nada.

Javon se distanciou um pouco, dando espaço para a garota, que se agachou e dedilhou os dedos na frase que estava escrita ali.

"Seu esforço te leva a perfeição."

Sorriu entre as lágrimas, ao lembrar de todas as vezes que a mulher lhe disse isso.

- Talvez em outra vida, mamãe. - sussurrou chorosa, e se levantou, olhando para Javon.

- Vamos? - perguntou, tentando inutilmente limpar as lágrimas. O garoto passou o braço pelos ombros dela, saindo dali.

(...)

Anoiteceu, e star estava sentada em sua poltrona, já com seu pijama, e somente encarando o lado de fora de sua janela. Enquanto escutava o barulho do chuveiro, já que Javon tomava banho.

Os olhos sem o brilho de antes, somente caídos e esgotados.

Ouviu um barulho alto de algo, vindo do andar debaixo, na cozinha.

- Vou lá ver o que é. - star disse, para seu namorado que saía do banheiro, já vestido.

- Pai? - chamou a garota, enquanto descia as escadas, sem resposta.

- Pai? Você 'tá aí? - gritou dessa vez, novamente, sem respostas.

Assim que entrou na cozinha, viu um líquido vermelho, no chão, saindo de trás da bancada, sendo perceptível ver somente pés masculinos de trás dela.

A garota arregalou os olhos, em pânico. Andou até lá, vendo o corpo do próprio pai, jogado no chão, os olhos do mesmo abertos e sem vida, com uma faca em seu estômago e sua mão no cabo da mesma.

A garota gritou, assustada, desesperada. Enquanto se ajoelhava ao lado do pai, chorando em prantos.

- Não, por favor não. - gritava enquanto tentava achar qualquer pulsação no corpo do pai.

- Por que fez isso? Pai, por favor! - continuava gritando.

Javon desceu as escadas depressa, mas assim que chegou na cozinha, correu para o banheiro vomitando, o cheiro do sangue e o que tinha visto lhe causou ânsia.

- Você é egoísta em me deixar nessa situação! Por favor pai, volta. - a garota chorava em puro desespero.

Não entrava em sua cabeça que seu pai tinha cometido suicídio, perdeu duas pessoas importantes em um único dia.
Os achavam egoísta, por terem ido embora e deixando toda a dor para a garota.

Ela encarou suas mãos, sujas pelo sangue de seu pai.

Javon ligava para a polícia, enquanto star ainda encarava estática seu pai, e o líquido vermelho vivo em suas mãos e roupas.

Agora ela entendeu, quando seu pai lhe disse que iria continuar com sua mãe.

Até o fim.

(...)

é...
🏃‍♀️🏃‍♀️🏃‍♀️🏃‍♀️🏃‍♀️

The messages | Javon WaltonWhere stories live. Discover now