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Stela passava a maior parte do tempo dormindo em um sono pesado. Como se isso diminuísse a dor que sentia, fazendo-a esquecer de tudo. Mas ela acordava, poucas vezes mas acordava.

E sempre, star e sebastian estavam lá. Stayce se obrigou a levantar da cama para ir aos treinos, e ir ver e passar seus últimos momentos com sua mãe.
Era extremamente doloroso para o pai e a filha, aceitarem que o momento de stela estava próximo, mas eles sabiam que infelizmente, essa era a realidade.

Stayce estava com a cabeça cheia.

Treinos, sua mãe, sua alimentação, saúde mental, e estado que se encontrava.

Além de, seu pai. Se preocupava com ele, pois o mais velho não falava como se sentia com isso tudo, guardava tudo pra si, e passava a maior parte do tempo no hospital com Stela.

Star agora, saía de mais um treino, com sua mochila nas costas e mancando levemente, seus pés novamente estavam machucados. Mas ignorou isso, e foi até o lugar que lhe dava paz.

O lugar deles.

(...)

Ela passou a maior parte do tempo, somente sentada enquanto encarava as flores que tinham por ali, observando o vento batendo contra elas, lhe trazendo uma sensação calma, da qual não sentia a tempos.

A garota abraçou os joelhos, chorando de novo.

Céus, era tão doloroso.

Ver sua família caindo aos pedaços, sofrendo. E aguentar tudo isso somente tendo 16 anos era extremamente cansativo, sufocante, desgastante e a deixava machucada.

Espalmou as mãos no próprio rosto, respirando fundo diversas vezes, limpou as lágrimas contando até dez, em voz alta.

Se levantou, respirou fundo novamente, e saiu dali, pegando um táxi e indo até o hospital.

(...)

- Olá mamãe. - a garota murmurou, entrando no quarto da mais velha, que dormia profundamente.

- As coisas vem sendo difíceis sem você, ultimamente. - riu fraco, enquanto trocava as flores do vaso que tinha ali.

- Javon tem me ajudado a controlar as crises frequentes que venho tendo. - suspirou. - Sinto que estou sendo um peso pra ele. - riu fraco, novamente.

- Também sinto que, não devia colocar meus problemas nas costas dele, mesmo sabendo que desmoronaria se o perdesse também. - se sentou na poltrona ali, e cruzou as mãos, apertando-as.

- Os treinos estão indo bem, mas meus pés estão doloridos. - suspirou novamente. - Só de pensar que talvez você não me veja apresentando, sinto vontade de chorar.

- Chorar. É só o que eu venho fazendo. Alguns dizem que chorar alivia de alguma forma, grande mentira. - riu seca. - Chorar me deixa com o peito apertado, e não é um tipo de choro de desabafo, é de dor. Dor, desespero e tristeza. E isso, me deixa sufocada, por que eu não sei como controlar, eu não sei o que fazer, estou tão perdida! - escondeu o rosto entre as mãos.

- Olha só! Já estou chorando de novo! - enxugou as lágrimas.

- Vou indo, espero que esteja acordada quando eu vir de novo. - a ruiva disse, se levantando. Pegou suas coisas, deixando um beijo demorado na testa da mais velha.

Saiu da sala, se encostando na porta por uns instantes. Limpou qualquer resquício de lágrima e caminhou até a saída do hospital.

(...)

Quando stayce estava mal, ou de cabeça cheia, ou ela dançava ou cantava.

Dançar estava fora de cogitação por conta dos seus pés. Então, iria cantar, e de embalo, gravar.
Vestiu um conjunto de moletom, e colocou um boné na cabeça, ajeitou seus mini equipamentos que tinha quando cantava, e posicionou a câmera, se sentando em um distância boa, sem esquecer de por o temporizador.

The messages | Javon WaltonWhere stories live. Discover now