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Sempre fui colocada em situações que me deixaram sob muita pressão. Situações nas quais muitas vezes não sabia o que fazer e o pânico me dominava - isso quando eu era apenas uma criança -, quando cresci aprendi que isso era apenas uma fraqueza.
Fiz um bom trabalho durantes tantos anos para camuflar minhas emoções, quem vê de fora acha que sou realmente como um robô. Quem conseguir se aproximar o bastante, irá ver que sou apenas uma garotinha tentando sobreviver.
Eu apenas perdia os jogos desse tipo quando alguém que eu amo era colocado diante de mim, Micah sempre era o escolhido, eu deixava visível para todos que eu o amava - amo - mas quando tomei consciência de que ele apenas se machucava cada vez mais quando eu não vencia.
Percebi que amor não é uma vantagem no jogo, apenas uma fraqueza, parei de demonstrar sentimentos por Micah na frente de qualquer outra pessoa, isso ajudou, tudo o que fiz foi por amor.
Quando meu irmão disse que queria fugir, eu o ajudei, porque o amo e sempre irei amar, mesmo indo contra tudo que eu acreditava. Meu irmão sempre vai ser mais importante.
Teve muitas outras vezes em que trai os Moreau, algumas eles nem imaginam, outras eu quis que vissem. Na minha cabeça tudo isso foi feito por amor, minhas traições foram sempre para salvar alguém que eu sabia que não merecia um fim como aquele que meus irmãos destinaram.
Quando ainda frequentava o colégio, eu tinha uma namorada, escondida de todos , mas eu tinha, eu gostava dela e poderia dizer até que a amava. Mas eu tinha quatorze anos e minha percepção de amor era muito distorcida, mais do que é hoje.
O caso é, ninguém sabia, em um dia de descuido, uma garota da nossa sala viu nos duas se beijando, a pequena vadia saiu correndo para contar à diretora, em seguida meus irmãos já estavam sabendo e eu sabia o que me aguardava em casa.
Também sabia que a garota não teria um fim muito bom, não pelos seus pais, eu os conheci e eles amavam a filha e pareciam gostar de mim. Mas eu sabia que Kaiser faria algo, então disse a ele que a garota que estava beijando não era nada, apenas uma cadela que eu estava brincando.
Kaiser acreditou, mas aquelas palavras a machucaram, queria gritar que era apenas um teatrinho, que nada daquilo era real. Ela me xingou e saiu correndo. Foi a primeira vez que magoei alguém que me importei.
Pelo menos sabia que com aquilo meus irmãos não iriam incomodá-la, fiz o que sabia que era certo, tudo porque eu gostava dela, queria que ela visse dessa maneira, porém devo ter usado as palavras erradas para mostrar isso.
Eu sofri as consequências, ela se livrou e fiquei bem com isso.
Depois dela eu nunca gostei de mais ninguém, pensei que tinha algo de errado comigo ou apenas o trauma de Kaiser me deixou não me permitia gostar de ninguém romanticamente.
