Capítulo 11

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Caminho de um lado para o outro na sala, o medo do estrondo causado pelo raio ainda ecoa nos meus ouvidos. Porém, o mais assustador foi a escuridão. Instintivamente me agarrei em Yaman para procurar proteção, o que eu não esperava era que ele fosse me abraçar e me acalmar. Ele foi atencioso e acendeu as velas dos candelabros espalhados pela sala onde as crianças estão sentadas e conversando sobre princesas que montam em dinossauros e salvam o mundo com suas várias de condão.

Respiro fundo e tento me concentrar para não entrar em pânico mais uma vez. Yaman e Ziya subiram para saber se tudo estava bem, mas a demora começa me preocupar.

— Crianças, vamos subir, talvez eles estejam precisando de ajuda. -Seguro uma das velas e subo com as crianças.

Ouço a voz de Yaman vindo de um cômodo próximo.

— Papai está no quarto de visitas. -Yusuf aponta uma porta entreaberta.

— Acho que a tranca quebrou com a força do vento e na batida os vidros estilhaçaram. -Ouço vidro sendo esmagado enquanto alguém caminha. — Duas vidraças da janela do seu quarto também estão quebradas, Ziya.

— Elas não podem ficar aqui Yaman. Tem vidro em toda parte. As coisas estão molhadas.

— Eu sei irmão. Eu sei. Você também não pode ficar no seu quarto, não quero que se machuque.

— Oi, vocês precisam de ajuda? -Pergunto da porta.

Os dois irmãos viram na minha direção. Sob a luz bruxulenta da vela, Yaman parece perigoso e sombrio. Sua pele branca tem um aspecto fantasmagórico em contraste com a barba e cabelos negros.

— Não tem muito o que ser feito hoje à noite, ainda mais sem uma luz adequada. -Yaman caminha lentamente na minha direção, um clarão de raio ilumina suas costas e todos meus instintos gritam para que eu saia correndo.

Tudo nesse homem grita "PERIGO".

Dou um passo atrás e acabo esbarrando nas crianças.

— Aí. -Yusuf reclama por ter sido empurrado.

— Desculpa... Desculpa... Eu me assustei com o raio. -Puxo Yusuf contra a lateral do meu corpo. — Eu te machuquei?

— Não tem problema, também me assustei. -Ele abraça minha cintura de um lado e Kevser do outro. — Ainda bem que meu pai está aqui, ele vai protege a gente Igual fez com você lá cozinha.

— Sempre vou proteger vocês. -Yaman para na minha frente e acaricia os cabelos do filho. Então seus olhos focam nos meus. — Vocês iriam ficar nesse quarto, mas com a ventania, a tranca desprendeu e os vidros quebraram por todo o lugar. O quarto do Ziya está da mesma forma, até pior.

— Kevser e eu ficamos na sala, se não for problema.

— Claro que tem problema. Eu jamais deixaria que duas convidadas passassem a noite no sofá. Ziya vai ocupar o quarto da antiga babá do Yusuf e vocês duas vão ficar no meu quarto. Eu vou ficar com meu filho. Não é mesmo capitão?

— Sim. -Yusuf responde ao mesmo tempo que eu.

— NÃO. NÃO. Obviamente não vamos ficar no seu quarto.

— É o único quarto que sobra. Os outros três ficam na parte de baixo da casa, mas estão ocupados.

— Não posso aceitar. Não. -Puxo minha irmã, nos afastando deles. — Nós não podemos.

— Seher. Eu estou com sono, a gente pode ir dormir? -Kevser segura minha mão.

— Faça isso pela sua irmã, ela está cansada e você também parece estar. -Yaman pega Yusuf no colo. — Você também está cansando, Capitão?

SEGUNDA CHANCEWhere stories live. Discover now