Capítulo 59

2K 175 67
                                    

8 MESES DEPOIS

SEHER

Uma pontada de dor nas costas me faz acordar do sonho mais delicioso que já tive em toda minha vida. Eu estava em uma sorveteria e fui servida com todos os 58 sabores. Diversos potes coloridos espalhados na minha frente esperando para serem provados agora desapareceram por causa dessa dor ridícula.

Tento virar de lado, mas a barriga enorme me impede. Respiro fundo para conter a irritação que cresce dentro de mim. Algumas semanas atrás Yaman conversou comigo, ele disse que eu estava muito estressada, que até o fato dele respirar era motivo para ficar alterada, mas sinceramente, não tenho culpa dele precisar respirar tanto e tão fundo, ele nem precisa de tanto oxigênio assim.

Hormônios, essa foi minha desculpa para o choro que veio logo após nossa conversa. Yaman ficou assustado e passou um bom tempo tentando me consolar, infelizmente ele estava fungando no meu ouvido e isso me deixou ainda mais irritada e chorando por não poder brigar, pois havia acabado de prometer que iria me controlar.

Yaman vira de lado e afunda a cabeça no travesseiro, suspirando de contentamento no sono tranquilo, diferente de mim que não consigo mais dormir uma noite toda sem sentir dor, fome, vontade de ir no banheiro, ou então os três ao mesmo tempo.

Fome...

Sinto minha boca encher de água ao lembrar daquela mesa cheia de potes de sorvete a minha frente. Morango.

— Yaman... Yaman... -Chamo, mas ele não responde, só esfrega a cabeça no travesseiro. — Y.A.M.A.N -Praticamente grito seu nome.

Um redemoinho de cobertores e travesseiros voa pelo quarto quando Yaman pula da cama e sai cambaleando, completamente desorientado.

— Eu vou terminar de montar o berço, já peguei a chave de fenda. Aqui. -Ele levanta a mão vazia no ar. Seus olhos estão turvos pelo sono, os cabelos espetados em todas as direções e a calça do pijama pende de uma forma deliciosa em seus quadris.

— Yaman?

Ele continua com a mão erguida por alguns segundos, então pisca várias vezes, provavelmente se dando conta de onde realmente está. Olha ao redor, depois para mim, então desvia os olhos para a mão vazia.

— Cadê o berço? Eu estava montando o berço.

Preciso segurar a risada, ele fica especialmente tentador assim, perdido e sem camiseta. Sinto um calor conhecido subir pelo meio das minhas pernas.

— Você já montou o berço há mais de 2 meses. Você estava sonhando. -Tento levantar, mas a minha barriga gigantesca impede qualquer tipo de movimento.

Ele percebe que não consigo levantar sozinha, então em um piscar de olhos está ao meu lado, apoiando minhas costas e segurando minha mão, fazendo força para que eu fique em pé.

— O que aconteceu? Está com dor? Precisa ir ao banheiro? Quer que eu faça alguma coisa? -Yaman está com o corpo colado ao meu, seu cheiro inundando meus sentidos, o calor do seu corpo me fazendo tremer de desejo.

Comida ou sexo?

Não consigo decidir o que mais quero nesse momento.

— Vou te dar três opções. Primeiro, você me deita agora nessa cama e me faz gozar até eu implorar para que pare e depois vai buscar sorvete. Segundo, você desce, trás um pote de sorvete e me deixa comer ele em você e depois você me faz gozar até que eu implore para que pare ou terceiro, você busca o sorvete, come junto comigo e me faz gozar até que eu implore para que pare. Então. Qual vai ser, professor?

Os olhos dele brilham em expectativa, toda a confusão do sono desaparece em uma fração de segundos.

— Minha filha quer sorvete e minha mulher quer gozar, escolha interessante. -Yaman para na minha frente, enfia as mãos nos meus cabelos e esfrega o nariz nos meus cabelos, cheirando. — Eu escolho fazer vocês duas felizes. Vou buscar o sorvete enquanto você tira a roupa.

SEGUNDA CHANCEOnde histórias criam vida. Descubra agora