Capítulo 42

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SEHER

Abro um sorriso contido ao entrar no quarto e ver Yaman me esperando.

— Eu voltei. -Murmuro.

— Oi, esposa.

Merda.

— Eu posso explicar.

— Estou ouvindo. -Posso ver que ele tenta esconder o sorriso.

— Eles não me deixariam entrar se não fosse parente. Eu não sabia o que falar. Então achei que falar que somo casados seria mais fácil. Espero que não tenha ficado chateado comigo.

— Como eu poderia ficar chateado com você? Isso é impossível.

Suspiro e vou até a cama, sento ao lado de Yaman e acaricio sua barba macia.

— Aquela médica que estava aqui. É ela, né?

— Zuhal. A mãe do Yusuf.

— Você sabia que ela estava aqui?

— Desde que ela foi embora anos atrás, nunca mais soube para onde foi.

Como eu vou contar que ameacei ela?

E se ele ficar irritado?

E se a dor de cabeça piorar?

— Eu... É.... Eu...

— Sim?

— Talvez eu tenha feito uma ameaça. -Cruzo os dedos sobre minhas pernas.

— Você fazendo ameaças? Pode explicar melhor o que aconteceu?

— Eu soube quem ela era assim que entrou no quarto. -Desvio os olhos para um pontinho preto na parede branca. — Eu vi que você estava desconfortável e também vi que ela estava se aproveitando da situação. Então deixei claro que não quero mais ver ela perto de você.

— Obrigado por cuidar de mim. -Yaman me puxa para um abraço apertado.

Passo um braço envolta da sua cintura, enfio o nariz em seu pescoço e com a outra mão deslizo sobre seu peito. Me aperto ainda mais contra ele, suspirando alto com o cheiro maravilho do seu corpo. Beijo seu pescoço ao mesmo tempo que dedos apertam minha bunda. O celular de Yaman vibra sobre o criado mudo, interrompendo. Sorrindo, me afasto e entrego o aparelho, vejo que é Nedim quem está ligando.

Os dois conversam por menos de 20 segundos, então Yaman joga o celular sobre as pernas e me olha com um sorriso contido nos lábios.

— Onde paramos? -Ele abre os braços para que eu volte a deitar sobre seu peito.

— O que o Nedim disse? -Volto para meu lugar preferido no mundo.

— Que está esperando por mim. -Sua mão desliza sobre meu quadril e sinto que esfrega o nariz em meus cabelos.

— Então nós vamos o quanto antes.

— Seher. -Yaman suspira e me afasta um pouco para que olhe em seus olhos. — Eu não vou para outro hospital, também não vou mais ficar nesse hospital. Saindo daqui vou direto para casa.

— Mas você não pode. Você acabou de desmaiar bem na minha frente. -Tento explicar o obvio. — Nós vamos encontrar uma forma. Podemos conversar com outros médicos, buscar outras opiniões. Fazer exames mais avançados. Nós vamos encontrar uma solução.

— Seher. Preciso que você entenda que esse aneurisma é inoperável. Eu já pesquisei muito. Incansavelmente. Procurei os melhores médicos. Fiz dezenas de perguntas. Dezenas de exames. Foram incansáveis horas estudando uma forma de resolver isso, mas não existe nada. Eu já passei dessa fase de esperanças e opções. Todas as opções foram minimamente analisadas e descartadas. Então, por favor, não faça isso comigo. Não me torture mais com esperanças que não existem. Eu só quero ir para casa ver meu filho e descansar um pouco.

SEGUNDA CHANCEWhere stories live. Discover now