Capítulo 41

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SEHER

Assim como Yaman, pulo da cama e me arrumo em um piscar de olhos. Ele troca de olhar comigo e desaparece pelo corredor. Yaman está pálido, suado e todo descabelado. Apesar desse medo que estou sentindo, meu corpo ainda está tremendo de desejo.

Pouco tempo depois, meu pai enfia a cabeça pela abertura da porta, ele vasculha o quarto todo com os olhos.

— Filha. O que está fazendo aqui?

— Vim buscar um cobertor para as crianças. Eles tiveram um dia muito agitado na escola e acabaram dormindo. -Arranco de cima da cama o cobertor amassado.

— Onde eles estão?

— No quarto. Yaman está com as crianças. Vamos lá?

Cruzo na frente do meu pai, disparando em direção ao quarto.

Yaman está sentado na cama, esfregando os cabelos de Yusuf que dorme de boca aberta e ronca baixinho.

— Boa tarde. -Meu pai cumprimenta com a voz baixa.

— Senhor Yusuf. Boa tarde. -Ele levanta e estende a mão para meu pai.

Avalio Yaman dos pés à cabeça. Ele está impecável, a não ser pelos cabelos desalinhados e o brilho selvagem nos olhos.

— Vamos descer e tomar um chá. -Papai não espera por uma resposta. Vira as costas e desce.

— Você está bem? -Sussurro.

— Estou. Mas a gente nunca mais vai fazer isso aqui. -Assim que ele caminha na minha direção, vejo o volume na frente da sua calça. Involuntariamente minha mão agarra seu membro. Sou recompensada com um gemido baixo. — Seher. -Yaman cobre minha mão com a sua. — Não.

— Não estou fazendo nada. Só queria conferir uma coisa. -Me aproximo mais um passo, ficando colada nele. — Já que você também dá aulas de anatomia, poderia me mostrar uma coisa.

— Seher. Não.

— Só estou brincando. Vamos descer. -Fico nas pontas dos pés e toco nossos lábios em um beijo rápido. — Estou brincando, mas bem que poderia não estar.

Meu pai já está com o chá pronto quando chegamos. Está sentado em seu local de costume.

— Sentem... Sentem... -Papai indica a outra ponta da mesa para que Yaman sente. — Você não me parece bem. Também não estava bem na última vez que te vi. Está acontecendo alguma coisa?

— Não... -Observo Yaman com maior atenção, ele realmente não parece bem. O rosto está pálido e os círculos escuros ao redor dos olhos estão muito mais aparentes. — É só uma dor de cabeça persistente. -Ele fecha os olhos e esfrega a lateral da cabeça. — Na verdade está mais forte que o normal.

— Precisa de alguma coisa?

— Na verdade acho que precisa tomar alguma coisa para que não piore. Tenho remédio no carro. -Ele levanta e percebo que suas pernas falham por um segundo. — Se me derem licença. Já volto.

Yaman sai a passos lentos e curtos para fora de casa, sinto meu estomago embrulhar. Tudo ao meu redor perde o foco. Papai me encara com preocupação.

— Filha, o que aconteceu? -Sua voz parece distante e muito preocupada. — Filha? Estou ficando assustado.

E se ele passar mal?

E se ele cair e bater a cabeça mais uma vez?

E se...

Pulo da cadeira.

— Eu vou ver como o Yaman está. Já volto.

Assim que cruzo a porta da frente, vejo que Yaman está apoiado contra a árvore, os olhos estão cerrados e as mãos fechadas em punho. Me sinto desmoronar por dentro, é insuportável vê-lo assim. Acelero o passo até estar ao seu lado. Só então vejo uma gota de sangue escorrendo por seu nariz.

SEGUNDA CHANCEWhere stories live. Discover now