SEHER
A casa está silenciosa e a pesar de ainda ser dia, está escura. Sinto uma pontada de ansiedade pois sei exatamente o que esse silêncio todo significa.
Largo minhas coisas sobre o sofá e caminho até a cozinha. Da entrada vejo meu pai sentado à mesa, está segurando uma xícara de chá fumegante e olhando na minha direção.
— Papai? Tudo bem?
— Não sei, Seher. Talvez você queira me explicar o que está acontecendo. -Ele indica a cadeira a sua frente e eu sinto uma pontada de ansiedade no estômago.
Engolindo todo o nervosismo e ansiedade, puxo a cadeira e sento de frente para meu pai. Enfio as mãos no meio das pernas para fazer com que pararem de tremer.
— Papai... Eu...
— Quer começar me explicando sobre a mensagem que enviou ontem? -Papai toma um gole de chá. — Você sumiu no meio da madrugada e só disse que iria explicar. Estou esperando essa explicação.
Meu coração bate tão forte que tenho a sensação que ele vai atravessar meu peito e cair no chão a qualquer momento. Minhas mãos estão molhadas de suor e tremendo, tudo culpa da ansiedade.
— Eu estava ajudando... Cuidando... Eu não pude... Passando mal...
As palavras se misturam e foram uma frase sem sentido nenhum.
— Quando você deixou de conversar comigo, filha? Quando você se transformou nessa pessoa que esconde as coisas do seu pai? -Ele empurra a xícara vazia para o lado, cruza os dedos e me olha. — Quando você se transformou nessa pessoa que esquece de dar atenção a irmã?
— Eu não sei o que falar. Como falar. -Engulo a seco e aperto a mão contra o peito, sentindo meu coração descontrolado.
— Quem é o rapaz?
— O que? Quem?
— Você estava com alguém ontem. Essa pessoa deve ser muito importante já que você saiu no meio da noite e só voltou agora para casa. -Papai aproxima sua cadeira da minha. — Se você não conversar comigo, como vou te entender? Como vou poder aceitar o que está acontecendo?
Ele passa a mão no meu rosto e com uma mão e segura minhas mãos. Seus olhos são amorosos e bondosos, mas eu tenho medo que isso mude com o que vou falar.
— Papai. -Fecho os olhos e engulo a seco. — Eu... Eu estou apaixonada.
Ouço ele inspirar profundamente, sua mão aperta a minha e ele aguarda sem falar nada. Então abro os olhos e vejo que ele sorri.
— Eu posso ver isso nos seus olhos, Seher. Só preciso saber o que está acontecendo com você, filha.
— O que? -A surpresa me atinge como um trem desgovernado direto no estômago.
— Quero saber quem ele é. Se te trata bem e quais são as intenções com você.
Kevser entra correndo para dentro de casa arrastando consigo um saco de brinquedos. Então tira o calçado e sobre correndo para o quarto.
— Nós ainda estamos nos conhecendo.
— O que você vê quando olha nos olhos dele? -Papai tem um sorriso terno nos lábios.
— Eu... Eu não sei... Eu acho que ele sente alguma coisa por mim... Eu não posso dizer nada por ele.
Papai solta minha mão e confere a hora no relógio de pulso.
— Mas eu quero saber. Ainda é cedo. Você liga e o convida para jantar. Hoje. Não aceito não como resposta.
Papai levanta e sobe as escadas em direção aos quartos, me deixando totalmente diferente sem rumo e completamente nervosa.
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SEGUNDA CHANCE
FanfictionSeher e Yaman vivem em mundos completamente diferentes. Mas por uma coincidência do destino eles são colocados a prova como professor e aluna. Seher é uma menina meiga, esperta e amável, mas que carrega consigo uma história de perda. Yaman está long...