Capítulo 18

2.2K 121 12
                                    


SEHER

Ouvir essa história dói em mim tanto quando em Yaman. Posso ouvir e sentir a tristeza em sua voz. Me arrasto até sentar em seu colo, passo meus braços em volta do seu pescoço e o abraço com força.

— Sinto muito. -Sussurro.

Yaman passa os braços em volta da minha cintura, me apertando contra seu corpo.

— Não gosto de lembrar. Nunca falo sobre esse dia.

— Tudo bem, não precisa falar mais nada. Já passou. -Beijo sua bochecha.

Ele levanta a cabeça e olha no fundo dos meus olhos, sua expressão amenizando aos poucos.

Seus olhos focam em um ponto fora do carro.

— Logo vai ficar escuro. Se você não quiser que eu te deixe em casa de carro, então vou caminhando junto, mas em hipótese alguma vou deixar que caminhe sozinha.

Uma ideia furtiva surge na minha cabeça.

— Você ainda quer que eu fique?

Yaman concorda com cabeça.

— Então espera um minuto. -Procuro por minha bolsa e meu celular. Disco o número do meu pai e aguardo que atenda.

"Alô. Filha. Tudo bem?"

"Papai. Estou ligando para avisar que só vou chegar em casa muito tarde. Um dos professores passou uma atividade muito importante para ser entregue amanhã, vale muitos pontos, então vou até a casa da minha colega para fazermos juntas." -Observo Yaman enquanto converso com meu pai.

"Que hora você chega? Como vai vir para casa?"

"Não sei quando vamos conseguir terminar, papai. O trabalho é muito difícil, mas assim que terminarmos, ela pode me levar."

Yaman levanta uma sobrancelha, me questionando sem pronunciar palavras.

"Mantenha seu telefone ligado e me avise quando sair. Vou esperar por notícias. Até mais tarde"

"Até mais tarde."

— Uma colega? -Yaman sorri.

— Sim. Uma colega muito bonita e que cheira divinamente.

— Isso significa que vai ficar um tempo comigo?

— Vou. Mas ninguém pode ver a gente juntos.

— Então vamos para minha casa.

— Yusuf ou Ziya podem me ver. Não podemos fazer isso.

— Eu cuido disso. -Yaman puxa o celular e digita alguma coisa. Espera alguns segundos por uma resposta, então sorri. — Pronto. Nós temos uma hora para chegar em casa.

— O que você fez? -Olho desconfiada para ele.

— Pedi a Ziya que fosse com Yusuf comprar o jantar. Vamos. -Ele liga o carro e partimos.

***

YAMAN

Vou na frente para ter certeza de que não tem ninguém em casa, então faço sinal para que Seher entre logo atrás de mim. Segurando sua mão, subimos as escadas e só paramos quando entramos no meu quarto.

— Nunca fiz isso. -Comento achando graça da situação. Entrar escondido na minha própria casa é algo que nunca imaginei fazer na vida, ainda mais com minha idade.

— Nem eu. -Sorri.

Seher deixa suas coisas sobre o sofá e caminha até a janela, ela observa o jardim e sorri.

SEGUNDA CHANCEWhere stories live. Discover now