Capítulo 50

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YAMAN

— Yaman... -Volto correndo para seu lado. — Você acordou.

— Oi. -Sussurro, completamente desorientado.

— Vou chamar o médico. -A enfermeira sai correndo do quarto.

— Estou tão feliz. -Seher acaricia meu rosto, as lágrimas escorrendo por seus olhos. — Senti tanta saudade. Você acordou.

— Eu estava em um lugar lindo. Você estava lá. E as crianças. -Meus olhos estão pesados, meu corpo está dolorido e eu estou tão cansado. Fecho os olhos para evitar a claridade. — Você é a luz da minha vida. -As palavras mal saem, o cansaço é muito grande. — Minha segunda chance. Minha luz.

— Yaman, você precisa ficar acordado. Nedim está vindo. Você precisa ficar acordado, eu tenho tantas coisas para te contar. Abra os olhos, por favor, abra os olhos.

Eu tento, mas o peso do cansaço me puxa para a escuridão.

Não sei por quanto tempo fico desacordado, o tempo não é mais o mesmo, tudo parece diferente.

Sinto uma pressão extremamente dolorosa no peito e essa dor esmagadora me tira do torpor e da escuridão.

— Bom dia. -Sinto a mão de alguém sobre meu peito, esmagando mais uma vez no ponto exato do osso esterno.

— Dói. -Forço as palavras a saírem.

— Eu sei que dói, mas precisei fazer um estimulo doloroso já que você não acordou quando chamei. -Reconheço o rosto e a voz do Nedim.

— O correto é estimulo físico a pressão. O termo 'doloroso' deixou de ser utilizado. -Corrijo.

— Você estar me corrigindo significa que a parte cognitiva está intacta. Também está falando normalmente. Só não gostei do fato de não ter respondido aos estímulos verbais.

— Nunca gostei muito da sua voz, não seria agora que iria atender ao seu chamado.

— Só para constar, eu tenho uma voz maravilhosa. Agora vamos ao que importa. Qual o seu nome?

— Vamos mesmo fazer o passo a passo?

— Nome? -Ele revira os olhos.

— Yaman Kirimli.

— Sabe que dia é hoje?

— Não faço a mínima ideia. Fiquei apagado por quanto tempo?

— 10 anos. -Vejo um sorriso contido nos seus lábios.

— Se eu tivesse dormido por 10 anos, você estaria gordo e careca, mas você não está careca.

— Nem gordo, tenho meus gominhos. -Nedim cai na risada e me abraça. — É bom ver você com os olhos abertos.

Nedim levanta da cama e apertas vários botões de vários aparelhos, as máquinas começam a apitar e fazer seu trabalho.

— Então, por quanto tempo eu dormi? O que aconteceu exatamente? -Tento me mexer, mas meu corpo parece pesar uma tonelada e a dor em todas as articulações me impede de continuar. — A julgar pela dor que estou sentindo, passei muito tempo aqui.

Nedim suspira e volta a sentar ao meu lado.

— Você acordou dois dias atrás, então apagou outra vez. Foram 37 dias no total.

— 37 dias. -Lembro de imagens borradas de Seher falando comigo. Pedindo para ficar acordado. — Seher? Onde ela está?

— Ela ficou do seu lado o tempo todo, mas precisou ir fazer uns exames de sangue, comer alguma coisa que não seja batata frita e refrigerante, trocar as roupas.

SEGUNDA CHANCEWhere stories live. Discover now