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Mais um dia havia passado de forma extremamente chata e tediosa, aqui no Texas nunca tem muito para se fazer, você termina o colegial e se tiver sorte consegue entrar para uma boa faculdade em outro estado e se não, bem, você acaba como eu. Vinte anos, presa em um lugar que não tem nada para fazer e trabalhando na loja de conveniência da sua família, condenada a nunca ser muita coisa.
Estava sentada atrás do balcão da loja enquanto mexia no celular, o sino da porta soou e um garoto loiro passou por ela, o segui com o olhar até mesmo porque ele era gatinho, mas eu tenho certeza que ele não é especificamente daqui e olhando pelas janelas de vidro, não vi carro ou nenhuma pessoa esperando por ele lá fora.
Minutos depois, avistei o garoto pegando um pote de sorvete, cereal e cerveja, em seguida veio até mim, sorri gentilmente e peguei a cerveja de sua mão estendida.
── Esse não, gatinho. ── constatei e ele me olhou confuso, tombando a sua cabeça para o lado e juntando suas sobrancelhas.
── Não sou gatinho, sou Jack! ── ele falou e ri, era absurdamente fofo como ele realmente parecia inocente.
── Hum, tudo bem, Jack. ── afirmei seu nome, ele sorriu abertamente para mim, da mesma forma inocente que o meu sobrinho de três anos também sorri. ── Sou Sn!
── Sn, será que eu posso comprar a cerveja? ── ele perguntou.
── É para você?
── Ah, é para o meu… ── por um instante Jack ficou calado, tentando o seu melhor para pensar em uma saída. ── Pai, para o meu pai Castiel!
Então ele tirou a dúvida do olhar e sorriu com certeza. Sabe, um ponto de trabalhar a muito tempo aqui é que você acaba sabendo quando os garotos mais jovens estão mentindo para você e isso era claramente o que Jack estava tentando fazer.
── E cadê seu pai Castiel? ── séria, indaguei.
── Em casa? ── questionou a si mesmo.
── Qual é a sua idade, Jack? ── perguntei embalando o sorvete e o cereal.
── Bem, eu tenho…dois… vinte… vinte e dois. ── ele olhou para os dedos, parecendo contar sua própria idade, ainda era fofo, mas estava começando a me preocupar. ── Eu tenho vinte e dois!
── Oh, eu posso ver sua identidade? ── perguntei com uma das minhas sobrancelhas arqueadas.
── É que eu… esqueci em casa. ── desconfortável, mentiu.
── Querido, você é adoravelmente fofo, mas não tem essa idade que diz ter e eu não posso te vender nada com teor alcoólico, o meu pai me demitiria se soubesse. ── expliquei, depois ri baixinho, seria no mínimo engraçado ser demitida pelo próprio pai. ── Porém, eu posso te vender sorvete e cereal. ── apontei para as duas outras coisas embaladas e ele suspirou se dando por vencido.
