﹙☆﹚⠀ ⠀ cate blanchett

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⸺ ۫   ࣪ ᥫ᭡ All i ask

Sentada na sala de estar preenchida de móveis caros e pessoas desconhecidas, senti a solidão em sua completude absoluta. Ao encarar a minha esposa logo a frente em um grupo com outras três pessoas, notei que ela parecia tão brilhante em meio a aquelas pessoas, que eu só conhecia de vista, parecia tão mais familiarizada com eles do que jamais esteve comigo no último ano e nesse mesmo instante senti-me como se fosse um daqueles móveis caros que preenchiam aquela sala, só que ninguém ligava realmente para eles.

Cate olhou-me de forma pacífica,um pequeno sorriso puxou os cantos de seus lábios, ela não parecia nervosa por nossa discussão de horas antes, ela sequer parecia ainda me culpar por nosso amor ter sumido em tão pouco tempo, o que é engraçado porque o meu amor ainda estava intacto, o dela não.

Pouco depois, quando voltamos para a nossa casa, também preenchida por móveis caros e solitários, não me dei o trabalho de esperá-la, fui em silêncio para o quarto compartilhado e comecei o meu preparo para que pudesse dormir. Enquanto tirava a maquiagem, diante o vasto espelho que também decorava perfeitamente a parede do banheiro, Cate surgiu na porta do mesmo e se escorou no batente da mesma, cruzando os seus braços na altura de seus seios e me encarou.

── Eu deixei o meu coração na porta, sem dizer uma palavra. ── murmurou, agora encarando o chão de madeira lustrado abaixo de seus pés.

── Todas já foram ditas antes, você sabe disso. ── respondi, o algodão macio passou sobre o meu olho esquerdo e em seguida apoiei minhas mãos na pia, também incapaz de encará-la. ── Então por que não continuamos apenas fingindo, como se não temêssemos o que está por vir ou se não temêssemos que possa não ter restado nada?

O suspiro que escapou dos lábios dela fora alto o suficiente para que eu pudesse ouvi-lo com clareza e meus olhos inevitavelmente se iluminaram por lágrimas pesadas, que ameaçavam causar um estrago e me fazerem acordar pela manhã com os olhos inchados.

── Olhe, Sn, não me entenda mal. ── pediu-me, ela se aproximou da pia, ficando ao lado.

── Eu sei que não há o amanhã, Cate. ── pela primeira vez, naquela crise de um ano que estávamos enfrentando, fui honesta comigo mesma e admiti em voz alta para nós duas que aquilo era realmente o nosso fim. ── Tudo o que peço é que se esta é a minha última noite com você, me abrace como se eu fosse mais que uma amiga…

── Eu sinto tanto! ── a voz embargada foi o suficiente para eu saber que minha doce Cate chorava, então pegando suas mãos nas minhas, também deixei que minhas lágrimas rolassem.

── Me dê uma lembrança que eu possa usar, Cate, tome a minha mão enquanto fazemos o que os amantes fazem. ── pedi. ── É importante como isso irá terminar.

── Por que?

── Porque e se eu jamais amar de novo?

E naquele momento ela me tomou em seus braços e beijou-me, não era nada parecido com pena, tinha um gosto nostálgico que me fez viajar para o dia em que nos conhecemos em um show de rock que eu não queria ter ido, mas que fui mesmo assim depois de muita insistência, o que foi bom, me deu a chance de conhecê-la.

── Eu não sei quando isso aconteceu, Sn. ── ela começou a se explicar. ── Eu não sei se simplesmente acordei pela manhã e notei que queria algo diferente, eu…

── Eu não preciso da sua honestidade. ── a interrompi e me afastei. ── Já está em seus olhos e eu estou certa de que os meus olhos, eles falam por mim.

── Ninguém me conhece como você. ── ela murmurou de olhos fechados, suas lágrimas ainda rolavam, ela ainda queria se prender ao último fio que nos prendia.

── E uma vez que você é a única que importou, me diga para quem eu devo correr?

Ela encarou-me, me apertou em um abraço e me trouxe para cama que compartilhamos tantas vezes para momentos formidáveis e que agora compartilhamos para chorar pelo nosso fim.

── Olhe, não me entenda mal.

── Cate… ── sussurrei o seu nome. ── Eu sei que não há o amanhã, udo o que peço é que se esta é a minha última noite com você, me abrace como se eu fosse mais que uma amiga, me dê uma lembrança que eu possa usar, tome a minha mão enquanto fazemos o que os amantes fazem. ── sentei-me em seu colo, lágrimas iluminando os nossos rostos.

── Você tem certeza?

Cate estava insegura, seus olhos gritavam isso e eu sei que ela tinha medo de que aquilo parecesse como um ato de pena, entretanto eu não quero que cinco anos de relacionamento termine apenas em lágrimas.

── Deixe essa ser a nossa lição no amor, deixe isso ser como iremos lembrar de nós. ── pedi. ── Eu não quero ser cruel ou obsessiva e eu não estou pedindo por qualquer perdão.

Então, naquele exato momento, Cate Blanchett e eu nos amamos pela última vez e seria daquela forma que iríamos nos lembrar de nós, não importava se agora ela já não me amasse mais e quisesse outra coisa para si, eu seguiria em frente com tranquilidade, eu sabia que havia feito tudo o que podia ali. Na manhã seguinte, quando me virei para o lado e ela já tinha partido, deixando um recado que buscaria suas coisas em outro momento, só uma coisa se passava por minha cabeça.

── E se eu jamais amar de novo?

Tati | ADELE PQ GOSTASSE DE JUDIAR ASSIM??? espero que gostem.

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𝐌𝐔𝐋𝐓𝐈𝐕𝐄𝐑𝐒𝐎 𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒Where stories live. Discover now