Capítulo XXIII

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P.O.V Namor

Ainda imersivos no beijo, reparei como o clima havia mudado. O calor presente no ar se intensificado, e as ondas batendo de forma mais sútil que o normal. Logo, assim que nos separamos, o ambiente era acolhedor às mil borboletas as quais ainda dançavam em mim, olhando diretamente para ela. Seus pequenos detalhes, a pele cintilando com a luz do astro, o sorriso meigo que surgira nos seus doces lábios, os quais, um minuto antes, estavam sendo deliciados pelos meus.

- Veja só o que eu fiz, te impactei tanto que tudo está mais quente?!- disse eu, ainda a fitando, percebendo o quanto bonita era, somente segurando mais firme sua cintura.

- Isso era para ter duplo sentido?- falou, rindo de lado e massageando meus cabelos.

- Talvez.- olhei para o lado, brincando.

Por mais que ainda necessitasse sentir, novamente, o calor de sua boca, estava eu hipnotizado com a visão de minha frente de uma maneira que, caro leitor, não sei se sou capaz de descrever.

- Quer saber, acho que também sou sereia.- riu, possivelmente, de como estava concentrado nela.

- Por quê?- falei, sem se quer mesmo prestar atenção, ainda fitava seus lábios.

- Por motivos óbvios, meu caro.

- Como quiser.- disse sem pestanejar.

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P.O.V Camila

Ok, de fato estava meio abalada com o que acabara de acontecer, confesso. Se realmente havia acontecido. O momento, caro leitor, pareceu um tanto imaginário, pelo menos ao que se diz da verdadeira realidade que, não sabia eu, se deveras ocorrera. A forma como as mãos de Namor foram delicadas, mas ao mesmo tempo, firmemente convidativas, me abalaram numa maneira certeira. Boto cor de rosa ou sereio?

Ainda, encarando-o, percebi o quanto ele analisava cada partezinha de mim. Digo, sim, que não era somente uma admiração física, Namor estava me lendo, tentando compreender esses meus pedaços, de maneira insólita, especial. Isso, era exatamente esta a palavra. Especial, é assim como me sentia.

Foi então que, aos poucos, reparei que algo estava errado naquele cenário. Não nós, isso era certeza, e sim, outro alguém. Um alguém que não pertencia àquele lugar. Suponho que devo ter, sem querer, demonstrado essa tal sensação no meu olhar, pois o sereio passou a se preocupar.

- O que foi?

- Não... Não sei, parece que tem alguém aqui, não acha?- disse eu, meio confusa com este pressentimento, se assim posso chamar.

- O quê?- começou a encarar os lados, quebrando a troca de olhares e se desprendendo, pouco a pouco, de mim- Não vejo nada.

- Hm... Quer saber? Talvez não seja nada, esquece.- me soltei também, porém ainda sentindo aquele seu calor, como se houvesse tido uma marca ali, a qual não sairia mais. Eu não queria que saísse.

Tem certeza?

- Sim, sim. Acho que podemos fazer uma coisa, na verdade. Que tal voltar aqui de noite, hein?- de repente, a ideia surgiu na minha mente.

- Por quê?

- Você tem certamente coisas melhores para fazer, e eu, bem... Preciso comprar comida. Posso até comprar a bebida que te falei, lembra? O vinho.

- Não sei se o que tenho de "melhor para fazer" é melhor que isso aqui.- me fitou profundamente com os olhos. Caramba.

Não sei não, hein?- estava corando, o que o fez rir.

- Tá bom, volto à noite. Mas não ache que vai escapar de descobrir esse seu poder aí. Precisamos ver como controlá-lo.

- Acho que, de certa maneira, você meio que já achou uma maneira. 

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Nota da autora: obrigada por quem comenta, adoro, de verdade. Não se esqueçam de votar ;)

O Mar de Talokan // MarvelWhere stories live. Discover now