Capítulo XLVII

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Nick é, digamos, um filho da puta.

E, desculpe-me, caro leitor, pelas palavras chulas, mas é exatamente o que ele é.

A raiva comprimia meus ossos, estes, pouco a pouco, começando a falhar. Ainda bem que estou sentada, pensei. Meus olhos queimavam, ou melhor, ardiam por algo que escapulia de minhas mãos, de maneira tão fácil e rápida que eu mal havia notado.

Namora tinha sido empregada num truque tão deveras simples justamente por ser fechada em relação a qualquer seja o assunto sobre a superfície que caíra num jogo barato de cartas. E, tendo em vista tal incredulidade, nunca sequer passaria por sua cabeça confiar em mim.

Por favor, não ataque meu titio, ele é mau. Que cena deprimente seria. Ela, por certo, nem se daria o trabalho de escutar. Além do mais, de qualquer maneira, já conhecia o lindo rosto do homem de um olho só. Um ataque seu a mim ou a ele, e pronto, um pretexto perfeito. Apesar que nada garantiria que Nick já não tinha material suficiente para a Shield, a exemplo, uma simples e escondida câmera no cantinho da porta da rua.

O que poderia fazer, pois então? Comecei, em milésimos menores que o tempo de meu próprio pensamento, a refletir. Será mesmo que por em perigo todo um povo somente por causa de um amor valeria a pena? Será mesmo que eu seria tão importante a Namor que este estaria disposto a isso se soubesse da situação?

A resposta, tão veloz quanto às dúvidas, pareceu-me bem clara e óbvia. Não. Ele nunca faria isso por mim, e certo estaria. Naturalmente, protegeria aqueles que ama sem mesmo pestanejar, acredito que pautaria toda uma guerra em cima desta concepção. Logo, pensar que eu, uma recém chegada em sua vida de meio milênio, teria tal relevância era uma ideia risória. Até parece. Ri comigo mesma.

Em seguida, veio a mim outra questão. De uma coisa, por certo e infelizmente, confesso, meu tio tinha suas razões, eu poderia ser perigosa. Não me leve a mal, caro leitor que até aqui a esta história acompanhou, contudo, neste ponto em específico- e apenas nele- ele estava mais do que correto.

Eu, nesta época, era um delírio ambulante. Não sabia nem metade do que era capaz, o quanto poder eu tinha e haveria de ter. Não cairia, sem dúvidas, nas lindas palavras de uma "suposta salvação" vindas do homem composto por mais segredos do que a própria quantidade de células na pele, porém, também não seria tola de superestimar meu "autocontrole".

Como um chamado vindo do exterior, ou melhor, um sinal por mim mesma realizado, uma trovoada trouxe-me de volta à realidade. Percebi que Nick me encarava com uma atenção singular, como se, por um breve instante, tentasse ler minha mente. Suas mãos, em típico gesto, encontravam-se no colo, aguardando por algum ar de resposta. Elevei, então, meu olhar perdido ao dele:

- E então?- disse, com um tom de voz calmo, mas sabia que era a tentativa de não sentir a dor ainda presente em suas costelas.

- Aceito.- falei de certa maneira ainda duvidosa. Melhorei:- Aceito. Somente se me prometer nunca mais ousar a chegar perto deles.

- Claro.- seu sorriso poderia ser quase contagiante, se não estivéssemos nesta situação.

- E mais uma coisa.- fitei-o de maneira profunda e predatória- Tire quaisquer registros que possua sobre esta praia, ou vigilâncias que tenha acerca de Namor ou sua prima.

- Hm.- olhou para baixo em um breve momento- Você é esperta.

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Nota da autora: finalmentee consegui escrever mais um capítulo e gostaria que me perdoassem. Esse último mês tem sido bem difícil, eu estou ficando maluca para estudar para os vestibulares e para a escola, ainda com coisas em casa a fazer.

Enfim, sobre a história, talvez faça uma parte dois que, porém, não seria exatamente sobre Namor e sim só sobre Camila, depois dos acontecimentos daqui. Se tiverem sugestões quanto a isso, ficaria agradecida, já tenho algumas ideias.

Obrigada por ler :) ❤❤

O Mar de Talokan // MarvelWhere stories live. Discover now