Capítulo XXIV

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Maldito Fury. Foi o meu primeiro pensamento ao entrar na minha pequena casa. Apoiei minhas mãos firmemente à pia, olhando através da janela Namor indo embora. Estava eu borbulhando de raiva, não era possível que ele sabia onde eu estava. Mas, também, Camila, você decide provocar um temporal. Bem feito, sua idiota.

Podem estar confusos, penso eu, e sei que as devidas explicações são necessárias. Devo isso para esclarecer o sentimento de ódio surgindo em mim, este somente me consumindo mais e mais. Caro leitor, talvez não tenha sido tão clara sobre o que acontecia na minha vida. Ou melhor, não menti, só omiti. Acho que são pontos deveras diferentes, e, em minha própria defesa, estava tentando recomeçar. Falar de Fury apenas me causa angústia, mas aqui estamos.

Nick Fury, há muito tempo, havia sendo um grande entusiasta do que se diz fora do comum. Nunca realmente soube o porquê dessas paranoias do meu tio, porém, desde que meus "poderes" foram despertados, ele concentrava seu pequeno e mísero olho em mim. Não tinha consciência de minha situação, mas certamente possuía uma ideia, uma suspeita. Se me dói confessar que, sim, ele é bem perspicaz? Demais. Mas é óbvio o fato de que meu pequeno show foi algo de certo, digamos, chamativo. Entretanto, meu caro leitor, não ache que foi por acaso, sei disso. Fury sempre foi tão bom em se esconder quanto em encontrar pessoas de seu interesse. Agora que meus pais já nem estavam mais aqui, e eu não fazia a mínima ideia de onde poderia estar meu irmão, ele estava preparado. Esperava por isso, um deslize meu.

Reconhecer que havia alguém que estava nos observando foi fácil. Claro, pela própria experiência familiar, eu era quase perita neste aspecto. Contudo, de certa forma, percebi, naquele momento, a presença do agente por eu estar em constância no ambiente, como se notasse qualquer coisa fora da normalidade, pois, agora e cada vez mais, eu sentia o que estava ao meu redor.

Olhei, novamente para a pia, queimei parte do mármore. Legal. Apenas resolvi, sem pestanejar, realmente ir à cidade próxima, como eu havia pensado em fazer. Quem sabe, no caminho, eu encontraria um agente disfarçado de boné e óculos. Patético.

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O Mar de Talokan // MarvelWhere stories live. Discover now