Capítulo XXXV

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P.O.V Namor

Uma porta fechada em minha cara. Seu beijo ainda amortecia em minha pele como um pedaço de ferro aos poucos queimando, marcando. Eu estava paralisado, e não por, de repente, Camila ter desistido do que estávamos em ímpeto realizando. Compreendia o que ela queria dizer, talvez fosse muito cedo mesmo. O motivo pelo qual, realmente, eu estar tão estático era simples. Ou complicado.

O fogo ardia em minha pele, era como se estivesse o tocando, minutos antes, literalmente. Cada parte de meu corpo se borbulhava em mil trechos e significados, procurando aquele calor novamente. Era uma necessidade sem explicação, um desejo vivo, árduo e palpável de sentimentos os quais eu nunca havia conhecido em míseros quinhentos anos de vida. Afirmo míseros, porque era exatamente isso o que pareciam agora. Patéticos, de pouco sentido. Uma sensação nova, desconhecida e assustadora permeando minhas veias, as furando e restaurando, aos poucos. E depois, repetindo o processo.

Caminhando pela praia, uma respiração abafada, complicada. Meus olhos perdidos na Lua tão iluminada da noite, procurando uma salva, uma ajuda. Mas ainda estava impossível de conceber, de entender. Como alguém poderia estar causando sensações tão inusitadas, inexploradas pelo meu coração? Até hoje não possuo respostas, não compreendo. Contudo, uma certeza existe, minha pequena tinha algo em seu ser intrínseco, algo especial, o que me despertava um lado nunca presenciado antes. E eu estava ansioso em mergulhar profundamente a fim de descobrir o que poderia vir à frente.

A água quente. O mar convidando-me a experimentar aquele calor novamente, o que apenas causou uma maior necessidade. Eu preciso senti-la. Tocá-la. Explorá-la. Sentir cada parte de seu corpo, unido ao meu. Entender tudo o que compõe seu ser.

Estou definitivamente apaixonado por aquela humana. 

O Mar de Talokan // MarvelTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang