Capítulo 14: Vejo você no altar.

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Olhei desconfiada para a fantasma na minha frente, sentindo meu coração martelando no peito. Encarei o jardim ao redor, apenas para ter certeza que mais ninguém havia me visto fugindo do quarto na calada da noite.

—E o que meu nome verdadeiro tem de tão interessante pra você? —Indaguei, caminhando pelo jardim até uma área mais escura, onde ninguém pudesse me ver. Violet me seguiu, com os olhos brilhando em animação.

—Nomes sempre são tão interessantes quanto as pessoas que os detém. —Murmurou, flutuando ao meu redor quando parei de andar.

—O que você quer? —Indaguei, seguindo ela com os olhos. Violet soltou uma risadinha, mordendo o lábio e parando de flutuar bem na minha frente.

—Quero que me deixe entrar no castelo. —Afirmou, e eu ergui as sobrancelhas. —Todas as  casas e construções são encantadas para nos impedir de entrar. Só podemos entrar se alguém permitir nossa entrada. Quero que faça isso por mim.

—E por que eu faria isso?

—Por que eu posso sair por aí contando a mentira que você e o príncipe inventaram. Posso falar a verdade pra todo mundo. Uma palavra no vento tem muito poder, sabia? —Ela sorriu, mostrando os dentes brancos e perfeitos, me fazendo cerrar os olhos.

—Vá em frente. Conte a todos eles. Estará me fazendo um favor. E caso ninguém acredite, tanto faz também. —Dei de ombros, vendo a expressão dela mudar para algo como surpresa e confusão. —Vá, conte a eles que Charlote Fonteine na verdade é Evangeline Hayes.

Seus lábios se comprimiram quando ela percebeu que eu não estava preocupada com aquilo e sim que estava esperando que de fato ela fizesse mesmo o que estava prometendo. Olhei ao redor quando ouvi som de passos e me escondi mais na escuridão, vendo um guarda passar por ali e ir embora sem notar minha presença, nem a de Violet.

—Podemos fazer um acordo. —Sussurrei, me virando pra ela. —Precisa encontrar algo pra mim e em troca deixo você entrar no castelo.

—Encontrar o que? —Indagou, parecendo interessada no assunto.

—Primeiro me diga se temos ou não um trato e então eu digo o que quero. —Falei, vendo ela parecer hesitante.

—Como vou saber que vai cumprir sua parte do acordo?

—Você não tem muito a perder, não é? —Soltei uma risada. —Pode fazer esse acordo comigo e acreditar que vou cumprir a minha parte, ou pode ir embora e ficar sem o que quer da mesma forma.

Ela bufou, flutuando para longe de mim. Meu coração acelerou mais ainda dentro do peito, com a possibilidade de ela aceitar e eu conseguir dar um passo à frente do rei. Mas também estava com medo de ela recusar e eu ficar para trás de novo.

—O que eu devo encontrar? —Indagou, voltando para perto de mim.

—Está aceitando? —Questionei, erguendo as sobrancelhas pra ela.

—Talvez. —Murmurou, soltando uma risadinha. Quando fiquei muda e imóvel, ela revirou os olhos. —Tudo bem, tudo bem, alteza. Eu aceito. O que quer que eu faça?

Abri um sorriso, me inclinando para perto dela.

—Você sabe quem eu sou e provavelmente sabe a minha história. Quero que encontre meus irmãos pra mim. Klaus e Tobias Hayes. Preciso que descubra se estão vivos ou não. —Afirmei, vendo os olhos dela se tornarem enormes e iluminados. —E quero que descubra onde os humanos que lutam contra o rei estão escondidos. Entendeu?

—Entendi, sim, alteza. —Ela passou a língua sobre os lábios, parecendo exultante. —Está armando contra o rei?

—Encontre eles pra mim e volte aqui com as informações que preciso. —Falei, ignorando a pergunta dela. —Quando fizer isso, deixo entrar no castelo.

O Trono da Rainha Where stories live. Discover now