Capítulo 33: Floresta fantasma.

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Parei em frente ao cavalo, observando Sarah entregar minhas coisas a Fitzy. Ela se virou pra mim segundos depois, me olhando com uma expressão um pouco triste.

—Vamos demorar umas duas semanas. Vá para casa dos seus pais enquanto eu não retorno. —Toquei o braço dela, fazendo-a se aproximar de mim e assentir. —Ou se preferir, para onde seus amigos estão. —Ela sabia de que amigos eu me referia, porque soltou uma respiração pesada e assentiu. —Apenas não fique no castelo. Mesmo com a poção, eu não sei se o que ele é capaz enquanto eu não estiver aqui.

—Tudo bem, vossa alteza. Farei isso. Recebi uma mensagens dos meus amigos mais cedo. —Ela se inclinou, passando as mãos na cabeça do cavalo, enquanto ficava próxima a mim o suficiente para sussurrar. —Eles querem falar pessoalmente comigo sobre a senhora. Provavelmente querem garantias de que... De qualquer forma, ficarei fora até sua volta.

—Eu entendo. —Falei, sentindo meu coração disparar quando pensei nos meus irmãos. Eles estavam falando sobre a própria irmã e nem faziam ideia disso. —Faça o que achar melhor. Eu confio em você.

—Hora de irmos! —Fitzy gritou para os homens, que começaram a montar nos cavalos.

Antes que Sarah tivesse chance de se afastar, eu a puxei e a abracei com a maior força que conseguia, sentindo os braços dela passarem ao meu redor quando ela retribuiu o abraço. Quando ela se afastou, sorriu pra mim e logo corou quando percebeu a presença de Seth, que havia acabado de chegar ao meu lado. Ele abriu um sorriso leve pra ela e tocou meu braço, indicando que tínhamos que ir.

Deixei que ele me ajudasse a montar no cavalo, observando-o montar atrás de mim e passar os braços ao redor da minha cintura para segurar as rédeas. Acenei para Sarah quando ela ficou sobre aquela escadaria, olhando enquanto íamos portão a fora em direção ao antigo território dos elfos.

[...]

As primeiras horas de viagem foram silenciosas, mas não desconfortáveis. Seth trocava algumas palavras com os homens ao nosso redor, principalmente Fitzy, que cavalgava ao nosso lado. Alguns deles lançavam olhares na minha direção, provavelmente surpresos por eu estar indo junto e o príncipe ter permitido isso.

A rainha, pelo que eu soube minutos antes da viagem, ficou escandalizada quando soube que eu iria com Seth. Ela achava o ambiente de uma viagem como essa impropria para uma dama. Mas qualquer coisa pra mim é como um paraíso depois do que eu vivi naquela torre.

Não ouvi nada sobre o rei e muito menos sobre o general. Esperava que nesses dias longe, ele mantivesse as mãos nojentas longe de qualquer empregado daquele castelo. Ainda precisava absorver o que ele havia me contato antes de tentar ter outra conversa nada agradável com ele.

A viagem se seguiu, enquanto nós passávamos pelas estradas de terra no meio da floresta, outras vezes andávamos pelos bosques, passando por pequenas vilas. Na maior parte do tempo, tanto eu como Seth parecíamos perdidos em pensamentos. Não trocamos uma palavra sequer desde que ele me permitiu vir nessa viagem.

Fizemos uma pequena parada quando o sol estava no seu ponto mais alto. Os cavalos beberam água e descansaram, enquanto nós fazíamos uma refeição. Uma vez ou outra eu sentia os olhos de Seth sobre mim, como se ele quisesse falar comigo e se aproximar, mas ele nunca fazia isso. Eu sentia a hesitação e a confusão nos olhos dele.

Quando a noite chegou nós paramos de novo e um pequeno acampamento foi erguido no meio da floresta. Várias barracas foram erguidas, fogueiras acesas e guardas foram designados para fazer a vigia da noite. Fiz minha segunda refeição daquele dia olhando para o céu estrelado, imaginando o que meus irmãos estariam fazendo.

O Trono da Rainha Where stories live. Discover now