Capítulo 38: Vamos precisar de aliados.

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Seth me levou até o escritório quando retornamos ao palácio. Fitzy entrou na sala conosco, ficando na frente da porta com as mãos pra trás e uma expressão neutra. Mas minha atenção foi para Seth, que estava dando a volta na grande mesa de madeira, enquanto abria um mapa do nosso mundo sobre ela.

Me aproximei e olhei os contornos que formavam o nosso continente, com o reino de Delarian ao norte, entre o bosque das fadas e o imenso lago da ilha fantasma. Além do mar que cortava o continente, o reino de Valleyhall fazia divisa com o território bruxo e as montanhas onde a entrada do Mundo Inferior ficava. Ao sul, entre as montanhas, as florestas enfeitiçadas e a floresta dos duendes, ficava o reino de Eridyan, protegido por longas muralhas que desde sua criação, jamais haviam sido penetradas por inimigos. E então havia a ilha do reino de Castylha, solitária.

—Depois que tomou o reino para si, meu pai entrou em contato com os quatro reino humanos, em busca de alianças e querendo que eles o reconhecessem como rei. —Seth começou, deixando as mãos ao redor do mapa. —Evidentemente isso não aconteceu. Todos os reis sabiam dos atos que o levaram a se tornar rei e não queriam correr o risco com seus próprios reinos. Então ele partiu para o plano b. —Seth apontou para si próprio. —Me ofereceu em casamento a cada princesa criança, jovem ou adulta que existissem.

—Pelo visto isso também não deu certo. —Falei, soltando uma risada baixa que fez Seth dar de ombros.

—Não é a única que considera os elfos pouco confiáveis, querida. —Afirmou, me fazendo comprimir os lábios. Mas Seth colocou o dedo sobre a ilha de Castylha. —Apesar de não aceitarem, com o tempo as coisas foram se acertando. Valleyhall foi o primeiro reino a abrir caminho para comercio e troca de favores, mas sempre deixa claro que não é aliada de Delarian. —Ele apontou o dedo para Castylha. —Também faz comércio com Delarian e até mesmo se abriu para os elfos com o passar dos anos.

—Aliada?

—Não diria isso. A sempre uma tensão muito grande. E mesmo que aceite elfos por lá, não somos recebidos com flores e gentilezas. —Seth olhou pra mim e ergueu as sobrancelhas. —Por isso acho que vossa graça não conseguirá nada indo até lá.

—E Eridyan? —Indaguei, apontando para o reino ao sul, com aquela mancha no mapa que eu sabia ser a muralha.

—Completamente fechada. Não respondeu qualquer carta enviada e fechou completamente as rotas de comércio até Delarian, apesar de ainda manter com os outros dois reinos. —Seth se sentou na cadeira estofada atrás da mesa, girando a aliança do nosso casamento que estava no seu dedo. —Dizem as más línguas que é a financiadora número um da causa dos humanos de Delarian e que até mesmo abriga o líder dentro daquelas muralhas.

—Acha que é verdade? —Indaguei, sabendo perfeitamente que meus irmãos não estavam lá, mas isso também não significava que eles não os financiassem.

—São boatos, Eva. Mas existe sempre um pingo de verdade nesses boatos. —Ele deu de ombros, me fazendo encarar o ponto onde ficava Eridyan, antes de baixar os olhos para a floresta fantasma. —É claro que o rei de Eridyan não vai deixar isso claro para todos os reinos. Fazer tudo por baixo dos panos é essencial para não declarar uma guerra. Mas, eu descobri algumas coisas nos últimos anos que são interessantes. —Ele ficou de pé, dando a volta na mesa até parar do meu lado, fazendo meu corpo ficar rígido e meu sangue esquentar. —Na época que meu pai fez as propostas de casamento, era necessário saber dos herdeiros e herdeiras dos outros reinos. Soubemos que Castylha tinha dois príncipes e uma princesa.

Eu o olhei, vendo que Seth estava olhando para um ponto fixo no chão, mas sabia que ele estava pensando no mesmo que eu, já que Delarian também possuía dois príncipes e uma princesa. Ou deveria possuir.

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