14 | Sincerity

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HADES LEWIS

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HADES LEWIS

Eu lembro da primeira vez que fiz isso, da vez em que quase enlouqueci Scarlett. Ela estava praticamente louca de tesão, tentando me seduzir a todo custo. Enquanto eu estava ignorando-a, enquanto eu saía com outras garotas por diversão e via ela me olhar com raiva. Eu escolhia qualquer uma que não fosse ela. Pois eu sabia que no momento em que escolhesse ela, tudo mudaria. Eu sempre soube que mesmo com, vinte e quatro anos... Scarlett seria o meu primeiro amor.

E foi o último até agora, primeiro e último. Mas isso não signifique que estamos juntos. Significa que não consigo colocar nenhuma garota no lugar dela. Ela é a única pra mim, e o que era pra ser uma brincadeira. Se tornou real, e se tornou doloroso no final. Mas estamos em um novo recomeço. E infelizmente estamos tomando o mesmo rumo de quando nos conhecemos. As provocações, as brigas bobas e sem motivos. A arrogância em meu tom de voz e, a superioridade em cada olhar dela.

Ela já percebeu que estamos em um jogo. Percebeu que estou tentando fazer a sua cabeça, tentando fazê-la correr atrás de mim. E eu fico feliz com isso, a intenção não era esconder isso dela.

— Pedi pizza pra mim, Kenny já jantou. Quando chegar o entregador você pode me avisar? — perguntou a morena, subindo as escadas. Ela não olhou para trás e nem esperou para ouvir minha resposta. Revirei os olhos, pegando o controle do vídeo game e ligando-o.

Todos os dias Dylan vem pra cá de madrugada, eles acham que não percebo mas essas paredes são mais finas do que parecem ser. E também, há câmeras no quintal e na sala. Eu vejo ele entrando, vejo eles indo para o quarto dela. E depois disso, eu vou dormir frustrado e com raiva dele. Eu sei, eu quem sou o intruso aqui. Sou eu quem me meteu na relação deles dois. Mas ele não poderia ter se apaixonado por outra?

A pizza chegou, eu a peguei e agradeci o motoboy. Segurei-a em uma mão só, como se fosse um garçom. Subi as escadas, bati na porta e logo Scarlett murmurou que eu poderia entrar. Girei a maçaneta e adentrei o local.

Ela estava de lingerie, passando hidratante em suas pernas. Engoli em seco, tentando não ficar olhando fixamente pra ela. Essa garota sabe como me enlouquecer.

— Achei que estava de roupa — murmurei, quase engasgando com minha própria saliva.

— Você já me viu assim várias vezes, Hades — ela revirou os olhos. — Não finja como se isso fosse uma novidade. — Scarlett pegou a pizza da minha mão, mexendo em sua carteira e colocando alguns dólares em minha mão. — Sua gorjeta.

Seu sorriso diabólico me fez sorrir também. Ela quer foder comigo, em todos os sentidos da palavra foder. Observei melhor sua lingerie azul, sutiã com bojo e calcinha de renda, acompanhada de uma cinta liga que rodeava suas coxas grossas.

— Acha que eu preciso de gorjeta? —  questionei, com deboche. Ela não acha, está fazendo isso apenas para me manter aqui. Para que minha atenção seja somente dela.

A morena revirou os olhos, virou-se de costas e caminhou até sua escrivaninha. Colocando a caixa de pizza em cima da mesma. Dando-me uma visão perfeita de sua bunda, com uma calcinha minúscula. Preciso pensar em coisas horríveis para não ficar excitado, para ela não saber que está ganhando este jogo.

— Quer jantar? — questionou, pegando uma fatia e levando-a até seus lábios. Dei de ombros. Não era bem a pizza que eu queria comer agora, e sei que seu eu ficar aqui não vou conseguir seguir com meu plano de ignorar Scarlett. De fazê-la perceber que sou o cara certo pra ela e que, sim, ela sente minha falta mais do que sente a de Dylan. — Ah, senta aí eu coloquei um filme.

Empurrou meu peitoral, então eu caí sentado em sua cama. Ainda com os olhos presos em seu corpo. Não consigo ter nenhuma reação. Fico gritando para mim mesmo sair desse quarto, não seder a ela. É só uma mulher gostosa que está com tesão. Nada demais.

Fiquei sentado, escorado na cabeceira da cama enquando Scarlett se aconchegou em mim. Nós comemos metade da pizza e ficamos olhando filme de terror. Fique quase duas horas aguentando a tortura que era tê-la seminua do meu lado, e toda cena que ela fingia ter medo era pior, porque era quando seu corpo colava no meu.

— Seu namorado não vai vir pra cá hoje? — questionei quando as letrinhas de créditos do filme começaram a subir. Ela pareceu surpresa ao me olhar nos olhos.

— Não, hoje não — disse. Tentando agir com naturalidade, como se estivesse curiosa por eu saber que Dylan vem todas as noites para cá. — Hoje é só eu e você, como antigamente — ela deslizou lentamente a língua pelo lábio inferior.

Antes realmente era assim, nós passávamos várias noites assistindo filmes e desenhos. Era a nossa maior diversão esperar Magnólia e Pablo irem dormir, e principalmente, Dylan ir dormir. Pois daí não mandava mais mensagens para Scarlett. Daí eu tinha ela só pra mim.

Nós continuamos nos olhando. Acho que nós dois estamos lembrando dos velhos tempos. Scarlett foi o meu melhor erro, e acho engraçado a forma como ela me tratava, a forma que eu tratava ela. Eu falava que ela era só uma adolescente imatura e que nunca iria me apaixonar por ela. Bom, faz quatro anos que sou apaixonado pela adolescência imatura. Mas agora é uma mulher adulta e me faz desejar ela 10x mais.

— Você sabe que isso vai dar errado, não sabe? — ela sussurrou, enquanto ainda olhava em meus olhos. Acariciei seus cabelos ondulados e negros. Sim, eu sei que vai dar errado. Sei que ela vai se casar com Dylan e eu vou ter criado expectativas. Sei que a decepção vai ser maior do que já foi. Mas ela tem poder sobre mim, a quem estamos tentando enganar? Eu amo essa mulher mais do que amo minha carreira. E eu sonhava em ser músico desde que me entendo por gente. Mas ela está no pódio da minha vida.

Inimigos Não Se Apaixonam |Em Pausa|Where stories live. Discover now