33 | Disgusting

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SCARLETT HARMON

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SCARLETT HARMON

Entrei no meu apartamento, e eu não estava esperando vê-lo aqui tão cedo. Cruzei os braços, observando-o arrumar suas coisas em caixas. As malas já estavam prontas, ele parecia estar com pressa. E depois de tudo o que Magnólia me contou, estou sentindo nojo dele, nojo de Milena. Eu não quero vê-los nem pintados de ouro. Porque eu confiei neles, nunca esperava uma coisa dessa, algo tão profano. Eles dois juntos foi a última coisa que passou pela minha cabeça.

Mesmo que não tenham ficados juntos enquanto Dylan e eu estávamos noivos, ainda foi uma traição de ambos os lados. Eu também traí ele, mas não foi com alguém da minha família, ele nunca confiou no Hades, já eu, confiava em Milena. Essa é a pior parte, ela sempre foi minha amiga e eu não imagino o momento que isso começou a acontecer ou deixou de acontecer. Eu não quero imaginar eles dois juntos, isso dói e me deixa enjoada.

— Eu não consigo te perdoar — ele disse, percebendo minha presença. Percebendo que eu continuei de braços cruzados atrás dele, enquanto arrumava suas coisas.

— Me perdoar? Você quem estava transando com sua irmã e é eu quem preciso de perdão? — deixo as palavras saírem em tom dramático, como se eu fosse a vítima. Bom, em partes eu sou. Mas quem realmente foi traído foi Dylan.

— O-o que? Foi Magnólia que te contou, não foi? Aquela vagabunda... — ele deu um soco na parede, depositando toda sua raiva. — Nós nunca transamos, apenas nos deixamos levar pelo momento. Foram apenas beijos e troca de carinhos. Fiz uma careta de nojo,

— Você é doente, Dylan! Vocês dois são! Se isso fosse crime, eu com certeza iria denunciar vocês! Seus nojentos profanos... Espero que Deus tenha piedade de vocês — falei, vendo ele andar a passos largos em minha direção. Dei dois passos para trás. Eu não me arrependo de nenhuma palavra dita. — Me traiu com ela? Todas as vezes que ela vinha dormir aqui, vocês estavam juntos? Estavam "trocando beijos e carícias"? — eu quis saber, sentindo ódio deles só de pensar na possibilidade. Só de pensar no quanto eu fui idiota, mas ninguém espera que dois irmãos são amantes.

Ele andou mais até mim, a medida que seus passos estavam em minha direção, eu andava para trás. Até que senti a porta atrás de mim, ergui a cabeça e encarei ele. Sem medo algum, Dylan nunca foi capaz de ferir nem uma mosca. Às vezes ele se descontrola e tem ataques de ciúmes, mas ainda sim, nunca me machucou de verdade. Pois ele sabe que quando me machucar, seu destino será uma gaveta no necrotério.

— Não, isso acabou há muitos anos. Acabou quando ela se apaixonou por Hades.

— Que engraçado, você sempre é trocado pelo mesmo cara — murmurei, com um sorriso debochado. Permanecendo com meus braços cruzados na altura do peito.

— Acha que ele ama você? Acha que vocês vão ficar juntos para sempre? Eu cometi um erro, mas com você eu nunca falhei, Scarlett. Não pode me crucificar por eu ter me apaixonado pela minha irmã. — Estas palavras saíram tão erradas, tão horríveis. Eu quero bater nele até que ele caia na realidade e perceba o quanto isso é doentio.

— Você precisa de ajuda psiquiatra, Dylan. Vocês dois precisam — avisei, abrindo a porta do apê para que ele se retirasse. Mas o moreno empurrou a porta com força, fechando-a.

— A puta é você e eu quem preciso de ajuda? Eu não te trai em nenhum momento, eu estava aqui te esperando enquanto você estava sentando no pau daquele filho da puta! Você desceu em um nível tão baixo que me enoja — murmurou, segurando em meu pescoço. Seus dedos começaram a apertar minha garganta. Mas eu não abaixei a cabeça, permaneci mantendo meu olhar debochado no rosto.

Dylan apertou mais, fazendo com que eu ficasse sem ar. Consigo ver a raiva em seus olhos, mas não consigo falar nada. Não estou reconhecendo a pessoa diante dos meus olhos, ele não parece o mesmo cara com quem eu ia me casar.

— Onde estava ontem? Dando pra ele? Eu passei a maldita noite toda aqui, e você não apareceu. — Balancei a cabeça em afirmação, esboçando um mini sorriso. Senti seus dedos apertarem mais, comecei a tossir já não conseguindo mais me manter calma, manter minha respiração baixa enquanto ele me enforca. Ergui forte meu joelho, desferindo uma joelhada no meio de suas pernas.

Ele grunhiu de dor, e colocou as mãos aonde doía. Eu me afastei, pronta para correr até a cozinha e pegar uma faca se for preciso. Comecei a tossir, sentindo que estava livre de suas mãos. Dylan começou a esmurrar a parede, e agora suas mãos começaram a sangrar, estavam cortadas. Arregalei os olhos, assustada com sua atitude. Eu não o reconheço.

— Você é louco! — gritei. Abri a porta e saí correndo, não vou ficar aqui esperando até que ele me mate, até que eu vire uma porcentagem pois não consegui perceber o quanto isso é doentio. Na primeira vez que ele me pegou pelo braço, ficou a marca de seus dedos em forma de hematoma. Eu deveria saber que ele não mudaria, deveria saber que ele não era uma boa pessoa. Mas estava tão cega, tão desesperada por um casamento e uma família feliz. Não percebi o desequilíbrio óbvio.

Entrei em meu carro na garagem, enfiando rápido a chave na ignição e ligando o carro. Se eu for para a casa que compramos, ele vai me achar lá. Ele também tem a merda da chave dos portões e de todas as portas. E não, eu não vou pedir ajuda a Hades, não vou dar a ele o gostinho de saber que fiz a escolha errada e agora o homem que era meu noivo, provavelmente esteja querendo me matar.

Fiquei dirigindo pela cidade, completamente sem rumo. Porra, eu consegui. Eu cheguei ao fundo do poço com vinte e um anos. Era para essa idade ser o meu ápice, era para tudo ter dado certo. Mas deu tudo errado e agora eu estou praticamente sozinha. Sem mãe, sem pai, sem irmãos mais velhos que podem me ouvir e cuidar de mim, sem amigos, sem namorado. Eu consegui afastar todo mundo.

Inimigos Não Se Apaixonam |Em Pausa|Where stories live. Discover now