3 - Pelado

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Boa tarde, jovens!!

Gostaria de dar uma pequena explicação nesse comecinho. Eu descrevo com mais frequência para onde Louis está olhando nessa fic, porque ele é autista e esse é um ponto forte nele.

Espero que estejam gostando.

Boa leitura!

A divulgação foi bem feita já que o bar estava lotado, a lotação do lugar era 150 pessoas, havia pelo menos 120 ali

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A divulgação foi bem feita já que o bar estava lotado, a lotação do lugar era 150 pessoas, havia pelo menos 120 ali.

O mais legal desse bar da família Styles é que foi idealizado por Harry, então era um ambiente mais juvenil que os outros.

Desmond queria atingir esse público e deu carta branca pro filho. O alfa estava animado, ele iria tocar em alguns instantes, na hora da pausa das músicas eletrônicas.

Harry adorava tocar, pra ele não fazia diferença se 20 pessoas o ouviam ou 2000, ele só queria colocar as nuances de seu coração pra fora.

As luzes piscavam fortes e as pessoas estavam animadas. Corpos suados e pulsando, pessoas se beijando e a energia do lugar era incrível.

Harry estava acostumado a esse tipo de ambiente desde pequeno, o pai sempre teve negócios próprios, já que foi muito humilhado ao longo da vida. Desmond era filho de presidiário, e a sociedade não costumava ser muito gentil com pessoas que possuíam esse histórico.

O cacheado assumiu o bar, ele fazia todo tipo de drinks, de acordo com o pedido dos clientes e ele era bom, sabia disso. Atendeu uma dupla de amigos que ele considerou bem curiosa, Mike e Ashton era o nome dos dois ômegas. Eles brigavam e se abraçavam com uma diferença de segundos e Harry se divertiu com os dois.

- Ash, o DJ é um gato. – Mike falou sugando o canudo do drink vermelho, que Harry lhe entregou.

- Você está falando de outro na minha cara? – Ash levou a mão ao peito como se sofresse, simulando um tiro. – Eu sou muito mais eu.

- Amor, você é lindo e eu te adoro, mas olha aqueles braços. – Mike secava o DJ loiro na maior cara de pau. O alfa continua mexendo em sua mesa de som totalmente alheio a situação.

- Ele com certeza, vai adorar saber que as horas de crossfit estão compensando.

- AH MEU DEUS... – Mike gritou empolgado. - Você conhece ele.

O loirinho pulou do banco que ficava em frente a bancada do bar, ali a música não era tão alta e era possível manter um nível de conversa agradável, mesmo que precisasse falar mais alto.

Ele abraçou Ashton pelas costas, pulando empolgado.

- Ele é gatinho, Ash. Vou pegar ele. – Ele virou Ashton pra si, e ficou pulando no meio de suas pernas, como se fosse uma criança pedindo pipoca.

Ashton suspirou, Harry viu que ele sentia algo além de amizade por Mike, mas o outro ômega estava totalmente alheio ao fato. Ash primeiro olhou pra cima, inspirando profundamente, depois bufou, mas assentiu vagarosamente.

- Vou lá garantir minha noite. – Mike correu em direção ao DJ.

Ashton ficou encarando suas costas pela multidão. Até ver o ômega chegar no DJ e se curvar pra frente pra falar algo no ouvido do alfa que tirou os fones enormes que usava.

O loiro riu, negando suavemente, mas indicou que o ômega subisse na plataforma.

- Você não parece muito feliz com o interesse do seu amigo em outro. – Harry falou, chamando a atenção do outro, enquanto lavava alguns copos. – Ele não sabe dos seus sentimentos?

- Não é isso. – Ashton virou para o alfa de cabelos cacheados, e deu de ombros. – O Mike é incrível e nós somos amigos desde a adolescência, não vou estragar isso, só estou preocupado. Ele já se envolveu com um alfa e a experiência não foi muito boa. – O ômega fez uma expressão triste. – Ele gostava do Mike e era um doce com ele, mas não gostava muito de mim e quando o Mike não via, ele..  – O ômega pigarreou. – Acho que estou falando demais. Enfim, eu tenho medo de... perder ele. Eu sei que ele sente falta de um alfa, principalmente nos heats, mas... Sei lá. Desculpa te encher de coisas.

- Bom, fui eu que perguntei e a segunda função do Barman é ouvir. – Harry deu um sorriso ladino, quando a música parou. – Não se preocupe, Luke é um cara do bem. Embora, eu ache que você deveria contar pra ele o que sente. “Não deixe que o medo de errar impedir que você jogue.”

Ele piscou um olho pro ômega, e subiu no balcão, saltando para a pista e caminhando até o palco, enquanto Luke anunciava seu nome. Mike pulava do lado do alfa loiro, batendo palmas, o que levou o bar inteiro a fazer o mesmo.

Em Holmes, Harry era famoso, sempre pediam que ele tocasse, esperava que em Doncaster fosse assim também.

Ele optou por tocar Thinking Out Loud, ele adorava a vibe leve da música. Ele se sentou num banco no palco bem iluminando que havia ali, e pegou seu violão. Eles tocou os primeiros acordes de olhos fechados, e começou a cantar ainda de olhos fechados.

Harry sentia a música em cada poro de seu corpo, olhos azuis vinham a sua mente. Era estranho porque ele não fazia esforço, o ômega só brotava em sua mente nos momentos mais aleatórios possíveis.

Ele abriu seus olhos e contra todas as possibilidades, eles cravaram numa figura pequena, e específica no meio da multidão.

O rapaz estava no fundo da pista, com as costas quase apoiadas na parede, e ele o encarava de volta. Ele não conseguiu ver com clareza já que o lugar estava escuro, mas aqueles olhos eram inconfundíveis. Ele cantou. O refrão seguinte, olhando pra ele.

- Porque, querido, sua alma nunca envelhece, ela é eterna
E, amor, seu sorriso estará sempre em minha mente e memória
E estou pensando em como

O ômega continuou inexpressivo, mas devolvendo seu olhar, até o final da música. Harry cantou pelo menos mais 2 músicas e o rapaz continuou parado, o encarando. Quando finalizou e agradeceu o ômega pareceu sair de um estado letárgico, e começou a piscar freneticamente e desviou o olhar.

Um rapaz baixo loiro, estava a seu lado. Harry foi andando pelo meio das pessoas, em direção ao ômega, enquanto Luke reassumia a caixa de som.

Ele tentava se espremer entre as pessoas que o parabenizavam e outras pediam seu número de telefone. Ele passou por todos, até finalmente chegar em frente a dupla e ouvir o loiro falar mais alto para o ômega.

- Nós podemos ir embora, Lou. Seus olhos estão...

- Não, eu vim pra ver ele e... – O ômega respondeu, se interrompendo quando um corpo esbarrou em suas costas.

Ele deu um grito e se virou assustado, se encolhendo no peito do loirinho que estava com ele, o alfa que esbarrou, o encarou como se ele fosse um ET.

- Foi mal aí, cara. – O alfa deu de ombros e tentou se aproximar. Louis se encolheu ainda mais, mas antes que a mão dele tocasse no ômega, Harry agarrou seu pulso sem muita delicadeza.

- Você já pediu desculpa, agora sai. – Harry falou com firmeza.

- Eu só queria...

- Eu mandei sair. – Harry indicou a saída do local e o alfa depois de negar, querendo rir, saiu do lugar.

- Você está bem? – Ele falou um pouco mais alto por conta da música, se aproximando.

- Você é o Harry? – O loiro perguntou e o alfa assentiu, sem desviar os olhos do garoto. Louis continuava encolhido, com o rosto no pescoço do outro, até ouvir o nome do alfa. O ômega se afastou suavemente e ergueu os olhos, os desviando meio segundo depois. – Eu sou o Niall.

- Prazer. – Harry respondeu, desviando o olhar do menino e encarando o loiro, que tinha um sorriso pequeno no rosto.

- As luzes estavam incomodando ele. – Niall falou por fim. - Vamos embora, Lou?

- NÃO... – Louis falou alto, se afastando do outro.

- Ah... – Harry coçou a cabeça. – Vocês querem vir pra mesa de Drinks, a luz lá é diferente, porque é onde fazemos as bebidas.

Louis assentiu, sem encará-lo. Styles foi abrindo caminho, e depois de alguns passos, sentiu um aperto suave em sua camiseta nas costas. Mas não virou para ver, com medo do garoto soltá-lo. Ele não queria que ele o soltasse.

Assim, que chegaram lá Harry indicou bancos para os dois, no canto do balcão, onde as luzes não piscavam tanto e devido a iluminação dentro da bancada, Louis parecia mais confortável.

- Então, querem beber algo? – O alfa perguntou para a dupla, apoiando as mãos no balcão.

- Nada alcoólico, tia Jay me mata. – Niall falou, pulando do banco. – Vou no banheiro, Lou. Não saia daqui.

- Não sou bebê. – Louis fechou a expressão e Niall assentiu, dando um beijinho em sua bochecha e saindo em seguida. Harry abriu um sorriso pra interação dos dois e aquilo captou alguns segundos da atenção do ômega.

Styles nunca pensou que chegaria o momento em sua vida que se sentiria ansioso por alguns segundos de um olhar específico.

- Então, baby... – O alfa falou, apoiando o cotovelo no balcão. – O que vai querer?

Louis piscou freneticamente algumas vezes, como se pensasse. Depois de um tempo, seus olhos focaram em algo atrás de Harry, uma garrafa com líquido verde.

- Quero experimentar alguma coisa verde. – Ele falou. – Verde é bonito.

- Serve meus olhos? - Harry sorriu.

- Não posso beber seus olhos. – Louis franziu o cenho.

- Sim, você tem razão. – Harry riu, se afastando do balcão e indo preparar a bebida. Louis tinha um estranho fascínio por verde, ele achava adorável.

- Você acha que as pessoas se apaixonam de um jeito misterioso? – O ômega questionou de repente. Enquanto o alfa estava de cabeça baixa, preparando um Don Camaleone para Louis. Harry ergueu somente o olhar, e Louis parecia perdido em pensamentos, seus lábios estavam franzidos. – Você cantou isso, é o que acredita?

- Bom... – Harry colocou o copo com o canudinho em frente ao ômega. – Acho que o coração tem maneiras próprias de escolher. E quando ele escolhe... – Ele encarava o rosto de Louis, mesmo que o ômega não devolvesse o olhar. – Não tem muito o que fazer, baby.

- Não parece justo, porque meu coração escolheria alguém que minha mente não concorda?

Harry pensou naquilo alguns instantes.

- Você faz perguntas profundas.

- Você não? – Louis finalmente encontrou seus olhos, dando a primeira golada na bebida.

- Acho que... não. – Harry se apoiou no balcão, mas sem invadir o espaço pessoal do outro.

- Eu guardei o seu segredo. – O ômega balançava as pernas no ar.

- Meu segredo?

- Sim, não contei ao papai que você não aprendeu sobre educação, como sua mãe te ensinou e atendeu o telefone dele. – Harry gargalhou na hora e aquilo chamou a atenção do ômega, mesmo que ele não o tenha acompanhado na risada, sua expressão parecia mais leve.

- Em minha defesa, a foto que apareceu na tela chamou minha atenção e eu não resisti. – Styles fez um bico fofo.

- Deveria resistir da próxima vez. Não é uma coisa educada de se fazer. Eu guardei o seu segredo, mas talvez outra pessoa não guarde. – Louis olhava para vários pontos, enquanto falava e sua expressão era séria, como se aquilo que relatasse fosse de extrema importância.
Era fofo, totalmente fofo.

- Prometo me esforçar. – Harry falou, parando de rir. – Se me der seu telefone, isso não precisará se repetir.

- Por que quer meu telefone?

- Pra te mandar bom dia todos os dias. – Os olhos de Louis foram até os do alfa, azuis, tão azuis, pareciam duas pedras preciosas, brilhantes e curiosas. Harry continuou, mais baixo, dessa vez. - Como é seu nome, baby? Você sabe o meu, mas eu não sei o seu. Não parece justo.

- Louis William Tomlinson. – Ele respondeu, anuindo. – Liam escolheu Louis, mamãe escolheu William.

- Um nome bonito para um ômega bonito. – Harry falou em tom de flerte, sem nem perceber. Louis também não pareceu notar.

- Sim, meu nome é muito bonito. Quantos anos você tem? – Louis voltou a atenção a sua bebida.

- Quer me conhecer, baby?

- É o que fazem em festas, não é? Niall disse que as pessoas vão a festas conhecer outras pessoas, então, eu preciso perguntar para te conhecer. – Louis terminou a bebida. – Isso é bom, parabéns você é um bom barman, e canta bem também. Você tem muitos talentos, Harry.

- Obrigado, baby. – Harry piscou um olho. – Se quer me conhecer, será um prazer me apresentar. Meu nome é Harry Edward, eu tenho 23 anos e cursei Administração, pra manter os negócios do meu pai. Minha paixão é a música, mas eu sou feliz cuidando de tudo e subindo no palco de vez em quando. E você?

Harry viu a distância o amigo de Louis desviar o caminho, quando percebeu que o garoto conversava com ele tranquilamente e agradeceu o gesto com um manear de cabeça.

- Eu tenho 20 anos, estou cursando Letras. Eu amo livros e amo verde. – Louis cruzou os dedos das mãos e esticou os braços em um movimento constante. – Sou muito inteligente e sei falar francês. E eu não suporto que encostem nas minhas costas, é incômodo, porque fica quente e a temperatura não é confortável.

- Irei me lembrar disso. – Harry parou pra pensar, por isso ele teve um quase surto quando o outro esbarrou nele e bateu em suas costas.

- Só minha família e o Niall podem encostar nas minhas costas. A sensação é ruim, mas quando vem de pessoas que eu confio é suportável. Você gosta que toquem nas suas costas? – Ele parecia realmente interessado na resposta.

- Dependendo do contexto, eu gosto bastante. – O alfa passou a língua pelo lábio inferior e Louis acompanhou o movimento com os olhos.

- Harry... – Ashton surgiu, parando ao lado de Louis. – Desculpe interromper, mas você sabe do seu amigo DJ. Ele sumiu com o Mike. – O ômega se virou para Louis. – Oi, e aí? – Esticou a mão no ar e se apresentou. - Ashton.

- Eu sou o Louis, mas não quero tocar sua mão. – O ômega não devolveu o aperto, nem olhou nos olhos de Ashton, mas respondeu virando em sua direção.

- Ele estava na mesa de som até agora. – Harry falou, procurando o amigo. A música soava ainda, mas quem estava lá era o assistente de Luke.

Ashton sentou no banco ao lado do ômega, com expressão chateada. Pedindo uma batida forte para Harry, que deu um sorriso triste e serviu o ômega.

- Você parece triste. – Louis pontuou. – Não deveria ficar triste, é uma festa.

- É... – O ômega deu uma risada desanimada. – Talvez você tenha razão.

- Eu não vou em festas, papai não deixa. Então estou feliz por estar em uma, é um dia feliz. – Louis assentiu com firmeza e Harry o encarava, quase encantado.

- Baby... – Harry chamou e o ômega desviou o olhar para ele.

- Por que me chama de baby? Agora sabe que meu nome é Louis. – O ômega encarava as garrafas de bebida na prateleira atrás do alfa.

- Eu gosto de baby, combina mais com você. – Louis assentiu, depois franziu o cenho.

- Eu não sou bebê. Está me infantilizando porque sou autista? Não deveria fazer isso, não é educado. – Harry arregalou os olhos, negando freneticamente.

- É uma forma carinhosa de chamar alguém. – Ash falou, ajudando o alfa. – Significa que ele se sente... confortável com você.

Louis prestou atenção na explicação. Depois assentiu novamente.

- Você costuma chamar as pessoas assim? – Louis perguntou e Ashton deu um sorriso pequeno pra cara encantada do cacheado, ele parecia meio perdido mas várias nuances que compunham Louis.

- Só você. – Harry abriu um sorriso enorme.

- Tudo bem, pode me chamar de baby, então. Mas não divulgue para outras pessoas, eu não iria gostar. – Ashton riu junto com Harry.

- Promessa de dedinho. – Harry ergueu o mindinho e Louis depois de encarar o dedo do outro no ar, vagarosamente, entrelaçou o seu ao dele.

- Ash... – Mike chegou com um sorriso enorme. – Quero te apresentar alguém.

Ashton se virou, tentando forçar uma expressão neutra, mas o ômega estava branco como papel. O alfa loiro estava ao lado de Mike com um sorriso ladino, ele esticou a mão no ar e o ômega devolveu, sem graça.

- Você deve ser o Ashton, prazer, eu sou o Luke, o Mike falou de você. – O rapaz era claramente educado e parecia gentil. Ashton baixou os olhos como se soubesse que perdeu e Harry sentiu pena dele.

- É um prazer. – O ômega pulou do seu banco e se virou para Louis. – Louis, foi um prazer te conhecer, espero te ver mais vezes. Você poderia me dar seu número?

- Você quer ser meu amigo? – Louis questionou, um pouco impressionado.

- Sim, claro. Seria legal. – O ômega deu um sorriso educado.

- Tudo bem. Posso ser seu amigo, depois que nos conhecermos.

Ele trocaram telefones, enquanto Mike acompanhava o desenrolar da conversa um pouco confuso. Ele foi apresentado ao ômega de olhos azuis e o achou muito fofo.

Ashton foi embora sem se despedir e Mike ficou sem entender porque o amigo colocou tanta distância do nada.

Niall voltou em algum momento, chamando Louis pra ir embora. O garoto assentiu, mas antes de sair foi até Harry.

- Você não me falou o preço da minha bebida. – O ômega falou, enquanto pegava seu cartão.

- É por conta da casa. – Harry piscou um olho.

- A casa vai ficar pobre se não cobrar.

- Eu vou arriscar por você.

- Tudo bem. Obrigado. – Louis virou as costas e antes de sair, olhou uma última vez na direção do bar e Harry ainda estava parado com um copo na mão, o encarando.

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