Apesar de terem conversado e garantido para a menina que tudo seria diferente na nova creche, todos estavam receosos sobre como seria a adaptação de Rosie. Da mesma forma que no dia anterior, Audrey apareceu para ir junto e John estava terminando de calçar os tênis de velcro na filha.
— Bom dia! — cumprimentou a mulher sorrindo parada sob o portal na entrada do quarto.
— Bo dia — respondeu a menina, que usava um moletom cinza estampado com pequenas margaridas fazendo o contorno de um coração e uma calça cor de rosa, sem muita empolgação.
— Hey, não está animada pra conhecer a escola nova? — perguntou Audrey entrando no quarto e se abaixando ao lado de John em frente à menina sentada na beirada da cama. — Tenho certeza que é bem mais legal do que a que você foi ontem.
— E com esse tênis você não vai escorregar. — John deu dois tapinhas de leve no calçado e sorriu para a amiga.
Audrey sorriu de volta consciente da culpa que o pai estava carregando por conta dos sapatos de verniz novos com que tinha mandado a filha para a creche.
— Num qué... — Rosie esticou os braços para a babá que a pegou no colo.
— Nem se lá tiver muitos brinquedos legais e outras crianças para brincar com você? — A mulher ficou de pé e o amigo a acompanhou.
— Ninguém binca comigo... — reclamou a pequena.
— É porque ainda não sabem a menina divertida que você é. Só te viram uma vez — justificou o pai.
— O que você fez na escola ontem? — perguntou Audrey percebendo que, por conta do pequeno acidente, havia se esquecido de perguntar para Rosie como foi sua experiência.
John olhou para a amiga deixando claro que havia cometido o mesmo erro.
— Eu cololi desenho com a pofessola... Igual eu faço com a madinha Molly.
— E as outras crianças, meu amor? — Audrey ajeitou os cabelos da menina.
— Não ficalam comigo... — declarou ela com um semblante triste.
O aperto no peito que John e Audrey sentiram ao ouvir aquilo foi o mesmo e o receio que Rosie não conseguisse se enturmar pairava entre os dois.
— Bando de bobocas! Perderam a chance de conhecer uma menina maravilhosa. — A mulher deu um beijo no rosto dela recebendo um sorriso em resposta.
John riu também sem se importar com a palavra que a amiga havia dito e que provavelmente acabaria entrando no vocabulário da filha.
— E nós não vamos voltar lá mais, — continuou o homem. — Hoje você vai conhecer outras crianças.
Rosie deitou a cabeça no ombro de Audrey fazendo um biquinho. A habilidade de persuasão dela era muito boa, mas o pai não se comovia tão fácil. A mulher, no entanto, estava se segurando para não começar a rir com o charminho.
— Agora precisamos ir, senão chegamos atrasados. — Ele pegou a mochilinha da filha sobre a cama. — Nós vamos de carro porque é um pouquinho mais longe — disse John caminhando para fora do quarto.
Audrey não teve alternativa senão seguir o amigo ainda carregando a pequena nos braços, que aceitou seu destino em silêncio. Apesar da pouca idade, Rosie já era esperta o suficiente para saber quando não adiantava argumentar com o pai.
Depois de colocar a menina na cadeirinha no banco de trás, a mulher sentou no banco do carona ao lado do amigo, que já se ajeitava atrás do volante, e afivelou o cinto de segurança. A viagem durou poucos minutos, mas se tivesse sido feita a pé, seria com Rosie no colo ou demorando muito mais tempo.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...