Capítulo 20 - O Ritual Genevive

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Caro senhor Holmes;

Após a morte de vovó Genevive recebemos do tabelião, o Sr. Arthur Stone, uma caixa de madeira com uma chave. Já testamos em todas as fechaduras, de portas a baús, mas em nenhuma delas a chave serviu. Conhecendo a sua boa fama na solução de casos misteriosos e desafiadores, gostaria de oferecer uma parte, a combinar, da herança da vovó caso o senhor esteja disposto a nos ajudar a decifrar esse enigma. Não sabemos do que se trata, mas gostaríamos muito de descobrir.

Aguardo retorno para lhe enviarmos o endereço de vovó.
Segue em anexo a foto da caixa e da chave.

Grata pela atenção;
Anissa Oliver.

*
Aquele e-mail tirou o sono de Sherlock a partir do momento em que ele o recebeu. Parecia uma simples caça ao tesouro, mas ele não conseguir deixar de se sentir atraído pelo convite de desvendar o mistério deixado pela recém-falecida senhora Genevive.

Depois de responder à mensagem e receber o endereço conforme prometido, o detetive passou a se organizar para fazer a pequena viagem até os arredores de Glasgow.

Obviamente, chamar John para investigar com ele estava em seus planos, só não tinha a certeza se o amigo toparia a aventura estando tão perto do aniversário de sua filha. Embora, pelo que podia observar, o pai estava apenas autorizando e pagando as ideias sugeridas por Audrey.

A mulher realmente havia se responsabilizado por toda a organização e trabalhava como se aquilo fosse sua profissão há anos. Sherlock mais uma vez se via admirado com a capacidade da amiga de aprender novas funções e pensou se ele mesmo não deveria tentar ensiná-la alguma coisa, um idioma novo, talvez.

Molly era mais um detalhe a ser levado em consideração em seu plano. Depois da conversa com a amiga no Natal ele preferiu manter tudo como estava. Sherlock a amava demais para correr o risco de mudar a dinâmica do relacionamento deles, se arrepender e decepcioná-la.

Magoar a amiga mais uma vez era uma atitude que ele considerava imperdoável. Sherlock esperava conseguir pensar com mais clareza a respeito do assunto passando um tempo longe dela.

— Acho que ele passou a noite toda assim, e boa parte do dia também — comentou Audrey na cozinha enquanto preparava um sanduíche para Rosie sentada em uma cadeira próxima à da babá.

John estava de pé perto da poltrona de Sherlock tentando fazer o amigo voltar à realidade, mas o homem com certeza estava muito longe em seu palácio mental.

— Brigada! — agradeceu a menina quando Audrey colocou o prato em frente a ela com os sanduíches de pão de forma com muçarela e presunto cortados em molde de estrela.

— De nada, coração — disse a mulher sorrindo antes de comer as sobras dos pães e frios.

— Deve ter a ver com esse caso — declarou John depois de virar o laptop do amigo, que estava sobre a mesa de frente para ele, e mover o mouse para ver no que Sherlock estava trabalhando. — Parece uma caça ao tesouro...

— E você vai comigo! — anunciou Sherlock se levantando de repente.

— Que susto! — exclamou Audrey enquanto Rosie gargalhava pela mulher ter derrubado o pedacinho de pão que tinha a intenção de comer. — Sapeca — disse a babá com um sorriso enquanto se levantava para pegar a migalha do chão.

— Eu vou com você aonde? — John tentava disfarçar que também havia se assustado.

— Está aí no e-mail! — O homem, trajando seu pijama e roupão se aproximou do laptop. — Essa foi a primeira mensagem que eu recebi. — Ele mostrou ao amigo. — Acha que consegue dois dias de folga? O suficiente para irmos até lá, eu desvendar o mistério e a gente voltar. O que me diz?

YOLO - Só se vive uma vezWhere stories live. Discover now