Aquele sentimento ocupava cada vez mais espaço no coração de John, e ele tentou flertar algumas vezes com Audrey, entretanto, a intimidade que havia na amizade entre os dois atrapalhavam um pouco.
Ele estava com receio de ser muito direto e a assustar, mas ao mesmo tempo ser agradável e carinhoso com a amiga não estava sendo suficiente para deixar claro seu interesse.
Chegou a pensar na possibilidade de se aconselhar com Sherlock, mas desistiu da ideia tão rápido quanto chegou a cogitar a alternativa.
Por mais que o namoro dele e Molly estivesse evoluindo bem, e ele conhecesse Audrey o suficiente para compreender as dificuldades da questão, considerou absurdo imaginar em pedir aquele tipo de ajuda para o amigo.
Mesmo estando mais coerente em suas opiniões sobre o assunto, ainda era o Sherlock que tinha dificuldade para aceitar quando errava e se recusava a admitir quando exagerava.
John estava cansado de ter que brigar com o amigo sempre pelos mesmos motivos e mais uma vez chegavam discutindo ao 221B da Rua Baker.
— Não é como se a Rosie fosse passar viver só de doces, Jawn! — Sherlock tirou o cachecol azul e lançou sobre o sofá maior perto de onde Audrey estava sentada. — Foi só um pacotinho de marshmallow.
— É quase 100g de puro açúcar, Sherlock! — John estava com os punhos fechados, exausto por ter subido a escada a passos rápidos para acompanhar o amigo que pulava degraus com facilidade. — Pela idade ela deveria ingerir menos da metade disso!
Audrey apenas levantou os olhos do livro que estava lendo, mas não interrompeu. A verdade era que ela se divertia vendo aquelas pequenas discussões inofensivas entre os dois.
— Você está exagerando! Isso é o peso do pacote!
— Não, não estou! E você sabe disso!
Geralmente era a babá quem levava Rosie para a creche, mas naquele dia John estava com a manhã livre e resolveu ele mesmo passar um tempo maior com a filha. O pai só não contava com o padrinho aparecendo pouco antes de eles saírem com um pacote de marshmallows para agradar a menina.
— A Rosie só tem 4 anos e se eu regulo o que minha filha pode ou não comer é para garantir a saúde dela! — John se aproximou de Sherlock bufando de raiva.
— Ainda acho que você está exagerando! — retrucou ele em um tom mais baixo, porém seguro do que dizia.
Os dois estavam tão focados na discussão que não perceberam quando Audrey largou o livro que lia sobre o sofá e se encolheu com a dor que surgiu de repente. Sua cabeça latejava e ela sentiu um líquido escorrendo pelo seu nariz.
— Meninos... — Ela queria gritar para chamar atenção deles, mas sua voz saiu como um sussurro.
Mesmo assim, John percebeu que havia alguma coisa errada e correu para perto dela.
— Audrey, — ele se abaixou e percebeu o sangue colorindo o lábio superior dela. — Sherlock, pega um pouco de papel higiênico pra mim. — O médico tentou levantar a cabeça da amiga, mas a mulher resistia por conta da dor. — O que você está sentindo?
— Minha cabeça parece que vai explodir... — respondeu ela com dificuldade.
— Respira pela boca. — John sentou ao lado de Audrey, passou o braço direito sobre as os ombros dela e a amparou pela testa com a mão direita. — Sherlock, cadê o que eu te pedi?
O homem ainda estava parado no meio da sala olhando a cena e só então saiu correndo, voltando segundos depois com um punhado de papel higiênico em uma mão, e o rolo com o restante na outra.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...