Capítulo 41 - A namorada do papai

15 3 34
                                    

John permaneceu firme na ideia de se manter afastado de Audrey mesmo a vendo todos os dias, já que ela ainda era a babá de Rosie, e dividia o apartamento com Sherlock. Seu foco era em uma distância emocional.

Ele parou de procurar os abraços da amiga, quando se sentia cansado ou fragilizado, apesar de não negar nenhum quando ela se aproximava dele por iniciativa própria, e evitou ao máximo reparar nas roupas que ela usava, ou no sorriso que o saudava todas as manhãs e desejava um bom dia no trabalho.

No entanto, a parte principal de seu plano foi bloquear pensamento de uma possível vida conjugal na qual ela fizesse parte, mesmo que para isso precisasse fechar os punhos com força até sentir dor.

A estratégia surtiu efeito, e aos poucos seu corpo se acalmou e parou de reagir à presença da amiga de maneira apaixonada.

Aquilo o fez pensar que talvez fosse o fim da linha para possíveis romances, pois Audrey foi a primeira mulher depois de muito tempo da morte da esposa que o fez sentir com vontade de se casar novamente. No entanto, John não poderia estar mais equivocado e descobriria isso em breve.

O médico andava distraidamente no corredor que levava até seu consultório quando uma mulher interrompeu seu caminho. A loira alta tinha um sorriso que fez o homem imediatamente sorrir de volta, e foi acolhedor o suficiente para que a mulher, aparentemente perdida, começasse o diálogo.

— Eu estou tendo um pouco de dificuldade em me localizar, Doutor Watson — disse ela lendo no crachá pendurado no bolso da camisa do médico. — Será que o senhor poderia me indicar o caminho para a cantina?

— John, por favor — pediu ele ainda sorrindo.

— Clarisse — se apresentou a mulher. — Eu vim trazer meu pai para uma consulta, mas esqueci de perguntar ao Doutor Estefano onde fica a cantina. Estava voltando no consultório dele para fazer isso.

John dividia o corredor com outros três médicos. Um à sua direita e outros dois do lado oposto. O profissional com quem o pai de Clarisse havia consultado tinha o consultório de frente para o seu.

— É muito fácil chegar lá. Te explico no caminho até o elevador. — John se prontificou.

— Muito obrigada, — agradeceu a mulher. — Vou buscar meu pai na sala de espera.

— Eu te acompanho — ofereceu ele.

A mulher ajeitou a alça da pequena bolsa preta que carregava sobre o ombro esquerdo e caminhou ao lado de John até seu pai. Na sala de espera, mais apresentações e ele conheceu o idoso indiretamente responsável por aquele encontro, Walter Foley.

O paciente parecia bem e Clarisse confirmou a suspeita do médico dizendo se tratar apenas de uma consulta de rotina. Em seguida, o trio caminhou até o elevador, e com as instruções de como chegar até a cantina, o grupo se separou.

John voltou para o seu consultório sem conseguir tirar o sorriso do rosto, pois, diferente do que imaginava, seu coração ainda era capaz de surpreendê-lo. No momento estava batendo acelerado, sem qualquer motivo aparente, a não ser o sorriso de Clarisse fixo em sua mente.

(...)
— Quem é Clarisse? — perguntou Audrey curiosa se debruçando sobre o encosto da poltrona de John onde o amigo se acomodara para esperar Sherlock que havia saído com Rosie e Molly para tomar sorvete.

— Uma mulher que encontrei no hospital — respondeu ele percorrendo a timeline do perfil dela em uma rede social.

— Um encontro... — ironizou ela comprimindo a língua entre os lábios. — Paciente sua?

— Não foi esse tipo de encontro, e não. O pai dela é o paciente, na verdade, e de outro médico, não meu. — Ele olhou para Audrey por alguns instantes percebendo o sorriso no rosto da amiga.

YOLO - Só se vive uma vezWhere stories live. Discover now