Depois de atender 2 pacientes, John desceu para o andar onde Audrey estava internada. Apesar de ter pedido para ser informado imediatamente quando a paciente despertasse, o médico não quis esperar aquilo acontecer para voltar para perto da amiga.
Ele sabia o quão tranquilizador seria para a mulher, acordar com alguém conhecido por perto. Quase pensou em mandar uma mensagem para Molly quando seu primeiro atendimento foi mais longo do que o previsto, mas a segunda consulta, bem mais curta, dispensou a necessidade de incomodar a patologista.
John estava passando o tempo numa timeline infinita de uma rede social quando os primeiros gemidos de Audrey chamaram sua atenção. Diagnosticando corretamente que o motivo do incômodo era a dor, pelo fato do efeito da anestesia ter acabado há algum tempo, ele aumentou a dose de analgésico que fluía pelo acesso venoso.
— Melhor? — perguntou ele.
— Sim. — Audrey abriu os olhos e sorriu. — Vai continuar doendo sem remédio?
— Só até seu corpo entender o que aconteceu e se acalmar — explicou acariciando os cabelos da amiga. — Precisei abrir um corte bem maior do que imaginei.
— Foi por isso que você me disse pra dormir?
— Uhum.
— E o que tinha na minha perna?
John se virou para a mesinha ao lado da cama e pegou o objeto mais uma vez. Audrey se apoiou sobre o cotovelo esquerdo e ergueu um pouco o corpo dizendo um palavrão com o choque pelo tamanho do pedaço de vidro.
— Eu juro que nunca falaria uma coisa dessas perto da Rosie — garantiu ela quando percebeu o olhar do amigo.
— Queria muito saber onde você está escutando essas palavras, porque se for o Sherlock eu preciso ter uma conversa com ele.
Audrey riu alto com a atitude paternal de John com o amigo.
— Não é o Sherlock, — afirmou ela. — Acho que são alguns filmes inadequados para criança que eu ando assistindo.
Dessa vez foi o homem quem riu imaginando o que a amiga estaria consumindo pelo serviço de streaming, mas sem muita coragem para perguntar, pois sabia que ela seria sincera. Talvez fossem apenas filmes com temática policial com crimes e investigação, mas havia a possibilidade de não ser, e ele preferiu não iniciar aquela conversa.
— Ele esteve aqui, junto com a Molly, pra ver você — informou John enrolando o vidro de novo na gaze e colocando de volta sobre a mesinha.
— Que pena que eu estava dormindo. — Audrey sorriu e fez uma careta quando deitou de novo.
— Está tudo bem? Precisa de alguma coisa? — perguntou ele percebendo o incômodo dela.
— Estou apertada pra ir ao banheiro. Você me ajuda?
— Sendo seu médico, — John sorriu e a mulher retribuiu o gesto. — Eu prefiro que você evite fazer qualquer esforço por enquanto, como ficar em pé. Além da anestesia que você tomou, está em jejum há muito tempo. No mínimo vai ficar tonta — explicou ele. — Acha que seria um problema se eu chamar uma enfermeira pra te ajudar a fazer sem precisar sair da cama?
— Ainda é meio desconfortável, — admitiu Audrey. — Mas depois da consulta com a ginecologista, acho que consigo lidar melhor.
— Que bom, — John voltou a acariciar os cabelos da amiga. — Vou chamar uma enfermeira então, e aproveitar para ver se consigo algo para você comer.
— Ótima ideia! — comemorou Audrey. — Era a segunda coisa que eu ia pedir.
John sorriu e ela retribuiu o gesto.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...