Capítulo 50 - Noite perfeita

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Ao contrário do que os amigos pensavam, Sherlock e Molly estavam longe de estarem cansados e, para eles, a noite estava apenas começando, mas uma pausa para ir ao banheiro de repete se fez necessária.

Enquanto os homens ficaram na mesa, as mulheres foram juntas à toalete. Antes de voltar para o salão, elas decidiram checar suas aparências no espelho e Audrey, embalada pelos coquetéis coloridos, não fez rodeios para descobrir se a amiga iria ou não avançar na relação dela com o namorado.

— Você tem preservativo em casa? — perguntou ela encostada na bancada com três pias olhando para Molly que retocava o batom de frente para o espelho.

A mulher borrou o cosmético, que havia trazido na bolsa de mão, surpresa pela pergunta e encarou a amiga.

— Foi você que falou pro Sherlock que tava tudo perfeito, — continuou ela. — Agora pode ficar inesquecível. — Audrey piscou o olho direito tentando transparecer sensualidade.

Molly riu antes de pegar um pedaço de papel para limpar a marca fora dos lábios que o batom havia deixado. Com certeza a amiga havia exagerado um pouco na bebida, mas sua lógica ainda estava coerente.

— Não, eu não tenho preservativo em casa... — admitiu por fim terminando com o batom e guardando na bolsa antes de se virar de frente para Audrey.

— Bom, talvez o Sherlock tenha... — murmurou ela olhando para os próprios braços enquanto os cruzava sobre o peito antes de dar uma risada.

As duas se olharam por alguns instantes pensando sobre aquela suposição e ambas duvidaram da possibilidade mesmo sem declarar em voz alta.

— Você tá no seu período fértil? — continuou Audrey.

— Não, — a resposta de Molly saiu quase como um sussurro.

— Eu sei que esse é o pior conselho do mundo, — a mulher gesticulou com os braços indicando o quanto sabia que não deveria dizer aquilo, mas mesmo assim estava decidida a não voltar atrás. — Mas se vocês realmente quiserem, ignora esse detalhe. — Audrey desencostou da bancada e caminhou alguns passos em direção de Molly. — É a saúde de vocês em jogo, mas eu acredito que você conheça o Sherlock tão bem quanto ele conhece você nesse aspecto.

As amigas se olharam em silêncio e trocaram um sorriso.

— Esquece o resto do mundo e sejam apenas você e o Sherlock essa noite — acrescentou ela por fim segurando os braços da amiga. — Deixa ele te levar para casa, ou vai para a casa dele, e veja o que acontece.

Molly estava sentindo como se tivesse borboletas voando em seu estômago ao pensar que poderia terminar a noite na cama com Sherlock depois de tantos anos apenas sonhando com aquilo.

A falta do preservativo a estava deixando em dúvida, mas Audrey tinha razão quando ressaltou sobre ela saber muito a respeito da saúde do namorado. Molly já havia testado vários tipos de amostras vindas dele em seu laboratório. O conselho da amiga estava dando a ela mais coragem para ir em frente.

Entretanto, Audrey não era a única a prever as possibilidades naquela noite. John, tão atento quanto ela, também teve sua iniciativa, porém, sem diálogo. Ele sabia que Sherlock não falaria sobre o assunto, mas não deixaria de aceitar sua oferta.

O homem pegou a carteira no bolso paletó no sofá ao seu lado, abriu, tirou uma pequena embalagem quadrada de cor preta de dentro dela e a segurou entre os dedos indicador e médio da mão direita discretamente sobre a mesa na direção do amigo.

Sherlock olhou para o pequeno objeto, completamente consciente do que era, e em seguida olhou para John como se fosse questionar o porquê do amigo estar mostrando aquilo para ele. A resposta de John foi erguer as sobrancelhas sem acrescentar nenhuma palavra. Sherlock pegou o preservativo e guardou no bolso interno do próprio paletó.

YOLO - Só se vive uma vezOù les histoires vivent. Découvrez maintenant