Capítulo 21 - O caso da chave misteriosa

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A pequena cidade ficava perto de Glasgow e a viagem de trem, partindo de Londres, durou aproximadamente quatro horas e meia. Se Sherlock realmente conseguisse desvendar o mistério naquele mesmo dia, poderiam embarcar no último trem de volta para Londres e estar de volta em casa, no mais tardar, na manhã de Sábado.

Quando desembarcaram na estação, Sherlock reconheceu Anissa assim que viu a mulher ruiva de semblante jovial e não muito alta caminhando decidida em sua direção apesar de nunca a ter visto pessoalmente.

— Senhor Holmes, — ela esticou a mão direita na direção dele comprovando que sua dedução estava correta. — Anissa Oliver.

— Sherlock, por favor — disse o detetive sorrindo enquanto correspondia o cumprimento.

— Doutor Watson. — Ele se apresentou esticando a mão e a mulher retribuiu. — John, — complementou dispensando a formalidade do sobrenome.

Apresentações concluídas, Anissa pediu que os dois a acompanhassem até o táxi que os esperava para que pudessem deixar a bagagem no hotel e seguir para a casa de sua avó. Eles assim fizeram e ficaram pouco tempo no hotel querendo o quanto antes desvendar aquele mistério que aguçara a curiosidade dos dois.

À medida que o carro deslocava pelas ruas de pedra, as casas foram ficando mais esparsas e terrenos com muita área verde passaram a dominar a paisagem. Com cerca de meia hora de viagem, eles avistaram a mansão de Genevive quebrando esse padrão ocupando o centro de um gramado extenso com várias árvores em volta e um enorme carvalho se destacando bem em frente a casa, no lado esquerdo do caminho.

— Nos fundos tem o celeiro, o aviário, os galpões para estocagem de grãos e algumas plantações — informou Anissa enquanto os dois homens olhavam a construção depois que o táxi entrou no caminho que levava até a mansão de três andares. — Vovó sempre gostou dessa vida mais rústica.

— É bom para fugir um pouco da agitação da cidade — comentou John com um sorriso.

— Sem dúvida, mas morar aqui não é algo que esteja nos meus planos — declarou Anissa quando o carro parou. — Talvez eu acabe vendendo a propriedade. Se souberem de alguém interessado...

— Você é a única herdeira? — perguntou John enquanto descia do veículo.

— Sim, quer dizer, na verdade minha mãe é quem vai ficar com tudo, mas ela me deixa gerenciar e tomar as decisões à vontade — respondeu a mulher.

Sherlock revirou os olhos quando desceu do táxi começando a ficar entediado com aquela conversa que em nada ajudaria a resolver o mistério.

— Então, querem conhecer a casa?

Antes que John pudesse responder, o detetive interrompeu.

— Na verdade, seria melhor que eu começasse a investigação — disse enquanto ajeitava a gola do sobretudo para cima.

— Ótimo! — concordou a mulher subindo os degraus na frente da entrada principal depois de pedir a dupla para acompanhá-la.

— Só estava tentando quebrar o gelo — sussurrou John ao lado do amigo.

— Por quê? — reclamou ele sem entender.

— É o que as pessoas fazem.

— Ah, as pessoas... — O detetive suspirou.

Ele riu do incômodo de Sherlock com as pequenas convenções sociais. Tinha certeza que aquela característica dele jamais mudaria.

John não disfarçou o quanto ficou impressionado com a beleza da sala onde os dois entraram. Com o ambiente conjugado, as salas de estar e de jantar estavam separadas por alguns degraus, sendo a parte mais alta mobiliada com poltronas, sofás, estantes e uma lareira. Todos móveis de estilo rústico.

YOLO - Só se vive uma vezWhere stories live. Discover now