John fez uma manobra arriscada, porém rápida, para estacionar o Aston Martin atrás do sedan preto. As marcas do pneu ficaram no asfalto quando ele girou o volante e puxou o freio de mão parando próximo do meio fio. Sherlock pulou para fora do veículo antes do amigo e foi seguido por ele até a única entrada com o portão em arco no muro branco.
Ao ouvir o barulho de derrapagem, Molly sabia que estava salva, só não tinha ideia de como atrasar Phil. Numa tentativa desesperada, ela fingiu tropeçar em seus próprios pés e caiu levando o criminoso com ela. Aflito por também ter ouvido o barulho do carro, o homem mais que depressa tentou colocá-la em pé novamente, mas a mulher resistiu.
— Sherlock! — gritou ela sem saber se ele conseguiria ouvir.
Phil na mesma hora usou a mão para cobrir a boca de Molly.
— É melhor você ficar quieta senão eu quebro seu pescoço agora mesmo! — Ele demonstrou que tinha força suficiente para isso apertando o rosto dela.
Molly decidiu cooperar ao mesmo tempo em que o atrasava o máximo que pudesse, pois agora tudo o que o namorado precisava era de um pouco mais de tempo.
— Não se preocupe. Logo ele vai estar morto e vocês vão poder se encontrar no inferno — disse o homem animado enquanto a arrastava pelo caminho.
Sherlock, que forçava a grade para ele e o amigo conseguirem entrar, parou de repente.
— O que foi? — perguntou John.
— Tive a impressão de ter ouvido meu nome.
— Elas devem saber que estamos aqui, — sugeriu John deslocando a grade alguns centímetros. — Ele deve estar mantendo as duas sob vigilância.
— Tem razão. — Sherlock o ajudou a puxar a estrutura e logo havia espaço para os dois entrarem.
Eles estavam preparados para vários cenários, menos para o que encontraram assim que entraram na recepção. Sherlock deu de cara com Audrey, aparentemente em transe hipnótico, e antes que ele conseguisse se aproximar, ela apontou a arma que segurava de maneira firme na direção dele.
— Pode ser que ele tente te enganar, mas não acredite. — A voz de Phil ecoou na mente da mulher. — Você conhece Sherlock Holmes. Alto, sobretudo, cachecol azul talvez, arrogância. Jamais aceita que o contrariem. Não adianta argumentar. Você precisa matar ele para continuar livre.
— Audrey... — Sherlock chamou controlando a voz para soar o mais tranquilo que conseguisse naquele momento. Seus olhos percorreram os pequenos ferimentos da amiga e ele teve certeza que ela havia tentado lutar. — Abaixa essa arma.
— Não, — a mulher piscou os olhos algumas vezes sentindo uma sensação estranha. Audrey deixou a arma pronta para ser disparada, e pousou o dedo no gatilho. — Você são vai me levar presa. Eu não vou ser torturada de novo!
— Eu não vou levar você pra cadeia, eu vim resgatar você — argumentou ele.
— Cadeia. Você é uma assassina. Matou várias pessoas, ele quer te colocar na cadeia.— Outra vez a voz de Phil com o discurso que ele fez minutos antes. — You only live once.
O fato de Audrey ter realmente trabalhado naquela função por algum tempo foi uma ajuda com a qual o criminoso não contava. As memórias falsas se misturavam com as verdadeiras de uma maneira que a mulher não conseguia separar.
— Eu fiz aquelas pessoas desafiarem a morte e elas não sobrevieram. Agora você veio para me prender. — Audrey piscou os olhos e agitou a cabeça confusa com as próprias palavras. Não pareciam pertencer a ela.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...