O segundo semestre do ano sempre parece passar mais depressa, mas os enfeites de Natal se multiplicando pelas ruas pegou os amigos de surpresa. As mais animadas eram de longe Audrey e Rosie que faziam planos sobre quais locais visitariam primeiro.
Com um mapa de Londres aberto sobre a mesinha de centro do 221B as duas marcavam os pontos com a ajuda de Sherlock que dava dicas sobre com quem conversar, em nome dele, para ter benefícios como comida e passeios grátis.
O terrível pesadelo que quase destruiu o grupo de amigos já estava perto de completar 3 meses e ser completamente esquecido agora que Audrey finalmente havia aceitado o conselho de Molly em parar de se sentir culpada pelo ferimento em seu abdômen.
— Quase não dá mais pra ver, — disse a mulher em uma das inúmeras tardes que as duas passaram no apartamento de Molly assistindo filmes, protegidas do frio cada vez mais intenso sobre a cidade, ao mostrar para a amiga as cicatrizes. — E não foi você quem fez isso, foi o Phil — continuou ela abaixando a blusa e fechando de novo o casaco.
— Eu devia ter evitado — insistiu Audrey sentada no sofá de dois lugares sem querer olhar para ela.
— Como?
— Não sei... — A mulher queria ter respostas, mas não tinha. — Ele sabe que fui eu?
— Não foi você.
— Ele sabe?
— Não, o Sherlock não sabe — informou Molly. — E eu omiti os detalhes do que aconteceu quando dei meu depoimento. Você falou alguma coisa?
— Só que ele apontou a arma pra gente e me mandou escrever, mas quando eu me descontrolei e comecei a chorar, o detetive Lestrade acabou me poupando dos detalhes e seguindo para o que havia acontecido depois.
— Acho que nós duas não teremos problemas com a polícia então. — Molly deu uma risadinha.
Audrey sorriu e parou de falar sobre o assunto chegando à conclusão de que não valia à pena se torturar com a culpa, pois isso não mudaria o que aconteceu.
Rosie e a babá saíram do 221B antes de John chegar. Ele havia voltado a sua rotina de trabalho no hospital e estendido seu horário para, além de cumprir algumas faltas, acumular dinheiro em horas extras para o plano que estava idealizando para o ano seguinte.
— Então, acha que consegue encarar mais um discurso de padrinho de casamento? — perguntou John surpreendendo Sherlock assim que entrou na sala. — Se tudo sair conforme estou planejando, estou com esperanças de que ainda em 2020 vou estar no altar ao lado da Audrey.
— Seria um imenso prazer — declarou ele ficando de pé e puxando o amigo para um abraço.
— Quer dizer, se ela aceitar... — continuou ao se afastar.
— Óbvio que ela vai aceitar! — garantiu Sherlock.
— Não sei, — John caminhou até sua poltrona e soltou o peso do corpo sobre ela. — Claro que eu sei que a Audrey gosta de mim, mas não sei se é o suficiente para aceitar se casar comigo.
— É só você ir com calma, não propor o casamento logo de vez — sugeriu Sherlock se acomodando na poltrona de frente para o amigo.
John deu uma gargalhada.
— Claro que eu não vou fazer isso — avisou ainda sorrindo enquanto tirava as luvas. — Primeiro vou tentar fazer dela minha namorada, pra só então pensar em casamento.
— Faz mais sentido — concordou Sherlock. — O que te fez mudar de ideia?
— Não consigo ficar longe dela, — declarou John com um brilho nos olhos. — E só a amizade ainda é longe demais.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...