Infelizmente nem tudo era festa para Rosie e algumas semanas depois de toda aquela alegria, veio o revés. Não foi nada que John não pudesse tratar, mas mesmo assim ver a menina sofrendo deixava todos eles aborrecidos. Mais uma vez, Audrey estava de prontidão para cumprir a promessa de sempre ajudar o amigo com a filha.
A tarde de primavera estava tão agradável, que a babá planejou um passeio para fazer com a menina a fim de aproveitarem as ruas iluminadas pelo sol que marcava presença desde o meio dia.
No entanto, seus planos acabaram sofrendo uma mudança brusca quando Audrey chegou à creche e a professora saiu da sala segurando Rosie pela mão enquanto caminhavam. Apesar do calor, a menina estava com seu agasalho branco acolchoado estampado com unicórnios cor de rosa e não havia um sorriso em seu rostinho.
— Está tudo bem, meu amor? — perguntou a babá olhando dela para a professora esperando pela resposta.
— Até o meio da manhã estava, Audrey, mas ela foi ficando amuadinha e quase não comeu na hora do almoço.
— Oh, pequena. — A mulher se abaixou na frente da menina que largou a mão da professora e jogou os braços em volta do pescoço dela. — Você está um pouco quente... — informou Audrey ao se levantar com Rosie no colo tocando a bochecha dela com a sua.
— Também achei... — A professora acariciou os cabelos da menina antes de entregar a mochilinha de Rosie.
— Vou ligar pro papai e ele vai resolver isso rapidinho. — Audrey sorriu recebendo o objeto.
— Nós íamos fazer isso, mas como já estava quase na hora da saída, esperamos por você.
— Tudo bem. — Mais uma vez ela sorriu. — Vamos, pequena. Dá tchau pra professora.
Rosie apenas acenou com a mãozinha esquerda antes de voltar a segurar o ombro de Audrey.
— Até segunda, meu bem. Espero que você melhore — disse a mulher enquanto via a babá se afastar com sua aluna.
Ao invés de ir a pé para casa, Audrey pegou um táxi e ainda dentro do veículo ligou para John com a intenção de informar o que estava acontecendo. No entanto, provavelmente em consulta, ele não pôde atender e depois de vários toques, a chamada caiu na caixa de mensagem.
— John, me ligue assim que puder. É sobre a Rosie — falou a mulher deixando o recado. — Daqui a pouco o papai vai ligar pra gente — continuou ela para a menina sentada sobre seu colo antes de dar um beijo na testa dela e perceber que sua temperatura aparentemente havia subido mais um pouco.
Audrey suspirou consciente de que o estado de Rosie merecia bastante atenção. Ao chegar à casa de John, ela subiu direto para o quarto da menina no primeiro andar onde a deixou sentada na cama perto da pequena mochila antes de ir para o banheiro do outro lado do corredor em busca de um termômetro.
Depois de lavar as mãos, ela olhou pelos armários até que encontrou o objeto dentro de um nécessaire. A mulher se assustou ao se virar para sair do cômodo e encontrar Rosie parada de pé sob o portal.
— O que foi pequena? — Ela se abaixou na frente dela.
— Que isso? — A menina perguntou com a voz chorosa.
— É um termômetro — respondeu Audrey sorrindo. — A gente coloca debaixo do braço. — Ela demonstrou no próprio corpo. — Pra medir a temperatura.
— Dói?
— Não, meu amor. — Ela beijou a bochecha da menina mais corada do que o usual. — Vem comigo.
A mulher a segurou pela mão e as duas voltaram para o quarto de Rosie. Com a menina sentada sobre a cama, Audrey abriu o fecho do agasalho, o retirou e com a mão por baixo da blusa de malha da menina, colocou o termômetro sob a axila dela.
YOU ARE READING
YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...