Capítulo 44 - Protegida

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Os amigos estavam tão concentrados na investigação que não notaram estar sendo observados. A poucos metros de distância deles, o menino um pouco maior do que Rosie prestava atenção naqueles dois invasores revirando o lixo reciclável de sua casa.

Ele pensou em entrar e chamar a mãe, mas queria ser tão valente quanto o pai e decidiu ele mesmo expulsar dali os intrometidos. Sherlock e John estavam guardando as evidências nos bolsos dos cascos quando foram abordados pelo pequeno valente.

— O que vocês dois querem aí? — O menino franzino de cabelos escuros e lisos iguais aos do pai colocou as mãos na cintura e olhou para cima encarando os dois homens sem medo.

— Olá, Steve, — disse Sherlock que acabara de ler o nome no documento. Por não saber como os estranhos tinham aquela informação, ele hesitou. — Seu pai jogou fora sem querer alguns papéis do trabalho e pediu a gente para vir aqui procurar antes que o caminhão viesse recolher. Ele trabalha muito, você sabe, e não quis perturbar você e sua mãe com isso.

— O papai trabalha no Aquário de Londres, — informou o menino de maneira inocente confiando nos dois estranhos.

— Isso! — Continuou o detetive. — São informações sobre os pinguins.

— Mas o papai trabalha com os tubarões...

— Verdade? — Sherlock fingiu surpresa. — Então talvez os papéis nunca estiveram com ele — acrescentou olhando para John solicitando apoio.

— Vou ligar e ver com quem esses os documentos podem estar — mentiu ele tirando o celular do bolso e fingindo discar.

— Você já viu os tubarões de perto, Steve? — perguntou Sherlock redirecionando a atenção do menino para ele.

— Sim! — informou contente. — E o papai mergulha com eles! Mamãe diz que ele é um predador! — declarou a criança, ingênua demais para entender o motivo de a mãe nomear o pai daquela forma, provavelmente durante alguma discussão. — Acho que é por ele ser corajoso... — acrescentou o menino deixando evidente sua confusão.

John precisou se concentrar para não explodir com a raiva que sentia, e Sherlock percebeu.

— E então? — perguntou o detetive.

— O quê?

— Com quem estão os documentos? — O homem riu e o menino imitou.

— Encontraram lá mesmo... — respondeu John sem conseguir pensar em algo melhor.

— Isso! — comemorou Sherlock. — Desculpe-nos por ter tomado seu tempo, Steve.

— Vou falar com o papai que vocês estiveram aqui — declarou ele.

Sherlock e John trocaram um olhar preocupado. Aquilo poderia fazer Dennis fugir e, mesmo com as provas que tinham, não ter a chance de confrontá-lo pessoalmente seria ruim para Audrey.

— Nós acabamos de falar com ele, — disse John mostrando o celular.

— Verdade, — o menino deu uma gargalhada.

— Então nós já vamos — continuou Sherlock. — E não comente com ninguém sobre o que aconteceu hoje. Seu pai já deve ter ficado bem preocupado quando imaginou ter perdido os documentos e vai chegar em casa muito cansado. Melhor esquecer isso tudo, você não acha?

O menino pensou por alguns instantes.

— Acho, — concordou por fim.

Sherlock e John sorriram para ele sabendo que dali em diante só poderiam torcer para que a criança agisse conforme o prometido. Felizmente Steve cumpriu com sua palavra, e o encontro foi mantido.

YOLO - Só se vive uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora