Os paramédicos entraram na clínica com as macas para buscar Molly e Audrey. Imitando Sherlock, que fez todo o trajeto até a ambulância ao lado da namorada, John se manteve perto da amiga passando segurança para ela garantindo que tudo ficaria bem.
Entretanto, quando ele a deixou na companhia do enfermeiro para conversar com Greg sobre o carro da senhora Hudson que precisava ser devolvido, a mulher teve dificuldade para se controlar. Logo que viu o amigo saindo do veículo, ela começou a sentir um aperto no peito.
— Senhorita, eu preciso injetar a medicação em você, para diminuir sua dor — avisou profissional.
— Não precisa, eu espero o John, ele vai... — Audrey notou que sua boca estava seca.
— Sim, senhorita, eu sei, mas me deixa adiantar as coisas, você deve estar com dor... — O enfermeiro mantinha a calma percebendo a inquietação da paciente. Nada fora do comum ou impossível de lidar.
— Eu espero... — O lábio inferior de Audrey tremia enquanto ela mantinha as mãos escondidas por baixo das abas da parka verde que usava na tentativa de impedir o trabalho do enfermeiro.
— Tudo bem, podemos ir — declarou John entrando na ambulância. — Já está tudo certo.
Apenas quando chegou mais perto da amiga ele percebeu que havia algo errado.
— Ela não me deixou fazer a medicação, doutor Watson — avisou o enfermeiro.
Envergonhada, Audrey desviou os olhos quando o médico assumiu a tarefa.
— Tudo bem, — disse ele compreendendo a situação. — Obrigado, mesmo assim.
Ele acenou com a cabeça para o enfermeiro enquanto pegava um par de luvas de látex em um compartimento depois de higienizar as mãos com álcool.
— Me dá sua mão. — John pediu para Audrey e foi imediatamente atendido.
Com delicadeza, ele introduziu a agulha do escalpe que recebeu do enfermeiro nas costas da mão direita dela e assim que o prendeu adequadamente, liberou o analgésico na corrente sanguínea da amiga aliviando a dor dela. Audrey permaneceu em silêncio enquanto o médico avaliava e limpava seus ferimentos deixando os curativos para quando chegassem ao hospital.
Ao terminar, John tirou as luvas e sentou perto da amiga segurando a mão dela enquanto tirava o celular do bolso para fazer uma ligação.
— Harry, — disse ele quando a irmã atendeu ao terceiro toque.
— Espera um pouco — pediu a mulher. — Pode falar agora — continuou ela alguns segundos depois. — A Rosie dormiu na minha cama ontem. Foi difícil acalmar ela. Notícias?
— Encontramos a Audrey e a Molly e estamos levando as duas para o hospital.
— Estão mal?
— Só um pouco feridas, mas precisamos ter certeza. Tem problema pra você ficar com a Rosie mais um dia?
— Não, meus horários são compatíveis com os dela.
— Ótimo. Eu não sei quanto tempo vamos demorar no hospital e eu prefiro que a Audrey descanse hoje. — John sorriu quando a amiga fez um biquinho com os lábios. — Amanhã quando você buscar ela na escola pode trazer pra mim. Ou eu pego ela na sua casa.
— Não se preocupa, John — respondeu a mulher. — E cuida bem da minha cunhada — provocou.
John suspirou e revirou os olhos antes de se despedir da irmã e desligar. Audrey sorriu da reação do amigo sem saber o que Harry havia dito.
Depois de entrar em contato com o médico de plantão no pronto socorro do Barts, um conhecido seu, John pediu para cuidar pessoalmente de Audrey já que ele havia feito uma cirurgia nela recentemente.
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YOLO - Só se vive uma vez
FanfictionDr. Watson disse certa vez que normal e bem são termos relativos quando se trata dos Holmes, e o mesmo parece valer para quem frequenta o 221B da Rua Baker. Rosie iniciou a vida escolar, ainda contando com sua babá, Audrey, que conseguiu um lugar pe...