Capítulo III

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≈Antônio •

Sinto o calor do corpo dela no abraço e a respiração sincronizada com a minha. Meus olhos ardem com as lágrimas. O momento me emociona pelo significado. A mudança do dia. A mudança na minha idade. O recomeço de uma fase de muita luta.

— Espera aqui! - Amanda fala alto deslizando pelo capô e descendo do carro. Olho ela circular o veículo e buscar algo no banco traseiro.

— O que você está fazendo?

— Não vem! Espera ai! - ela grita enquanto olho ela abrir as sacolas e mexer em algumas coisas - Parabéns pra você - ela vem sorrindo com um cupcake azul com granulados e uma vela em cima - Nessa data querida, muitas felicidades... - ela sorri - muitos anos de vida. - esse facilmente se torna um dos meus momentos prediletos da vida. — Faz um pedido e apaga a vela. - ela manda e eu obedeço. Fecho os olhos fazendo o pedido e apago a vela do cupcake sorrindo ainda desacreditado.

— Não precisava, Amanda.

— É claro que precisava, Antônio. Hoje é o seu aniversário, sua existência merece uma celebração.

Seguro o cupcake e coloco em cima do capô do carro. Puxo amanda para um abraço e ergo ela do chão, sentindo ela envolver os braços no meu pescoço. Sinto o corpo dela colado ao meu e demoro um tempo para nos separar. Meu rosto colado ao pescoço dela.

— Obrigado, Amanda. Obrigado por existir, por aparecer na minha vida em um momento que eu realmente precisava. Por ter vindo comigo. Por confiar em mim sem me conhecer. Obrigado por estar aqui.

Me afasto olhando nos olhos dela e repito.

— Obrigado por estar aqui. Mesmo.

Ela sorri corada e concorda. Meu polegar percorre a bochecha dela e a assisto fechar os olhos e deitar em minha mão.

— Não precisa agradecer, Antônio. Não há outro local em que eu queira estar.

Minha vontade é beija-la. Meus lábios tremem na ânsia de toca-la. Me controlo. Pego o cupcake e abaixo o papel.

— O primeiro pedaço vai pra você.

Ela sorri.

— Não que eu tenha muita escolha.

A gargalhada dela sai alta e ela bate com a palma da mão no meu ombro.

— Ei!

— Tô brincando, tô brincando.

Amanda morde o cupcake e eu mordo o outro lado em seguida. Sorrio ao notar que ela tem chantilly no nariz, retiro e dou risada quando a vejo ficar vesga.

— Obrigada.

— Não ha de que.

Permanecemos olhando a paisagem, Amanda senta no chão e me puxa para sentar com ela. Deito em seu colo e ela mexe no meu cabelo enquanto olho o céu.

— Me conta seu maior sonho de infância?

— Ser campeão mundial de jiu jitsu.

A CuraWhere stories live. Discover now