Capítulo VII

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≈ Antônio •

Amanda dormia tranquila depois que trocamos a direção. Eu observava ela pelo canto de olho cada vez que ela fazia barulhinhos suspirando. Eu estava feliz, tão feliz que esqueci tudo o que havia acontecido na minha vida 72 horas antes.

Esqueci os sintomas, não enjoei, não desmaie. Nada. Ela me deixou bem. Algumas horas se passaram até que estacionei em frente ao prédio dela.

— Amanda? - toquei de leve o braço dela mas ainda assim ela assustou — Chegamos ao seu apartamento.

Ela leva alguns segundos para se localizar e esfrega os olhos como uma criancinha. Sorrio olhando a cara de sono.

— Como vou subir assim?  - ela olha rindo - entra, pela garagem tem um elevador de serviço, acho que essa hora é menos provável de ter alguém.

Concordo e entramos no estacionamento, seguindo até o elevador que ela indicou.

— Aqui! - tiro minha blusa e enrolo na cintura dela.

— Sobe comigo? - concordo e a acompanho — Dorme aqui? Tá tarde, toma um banho quentinho e dorme aqui.

Olho nos olhos dela e sorrio concordando. O relógio marca meia noite quando entramos no apartamento. Ela vai direto para o chuveiro e eu espero na sala olhando pela sacada. Não demora muito para ela sair com uma toalha na cabeça e um roupão.

— Nossa, muito melhor! - ela sorri - To limpa, que delícia. - deixei uma cueca e uma toalha pra você no banheiro.

Agradeço e entro no banho relaxando com a água quente. Saio do banho e encontro Amanda finalizando um macarrão.

— Sei que você está com fome, dragãozinho.

— Morrendo! - agradeço servindo um pouco no prato. — obrigado pelo banho.

— Não há de quê!

Comemos conversando sobre o bairro e a tranquilidade que é morar ali apesar de ser no centro de São Paulo.

— Não tem problema dormir aqui?

— Claro que não. Faço questão.

— Posso dormir no sofá se você quiser.

— Antônio, nós ficamos 24 horas grudados e transando, não ligo de dormir na mesma cama que você.

Dou risada com a fala dela, arrumamos a cozinha e deitamos na cama. Puxo Amanda para o meu peito.

— Eu preciso te falar uma coisa.

— Pode falar, Amanda.

— Eu... não posso ter nada, sabe? Não sei o que você espera. Podemos ser amigos, mas... nada além disso.

— Tudo bem, Amanda. Respeito isso e gostaria de ser seu amigo.

— Acho que você já pode se considerar isso.

— Amizade com alguns benefícios? - pergunto esfregando uma mão pela cintura dela e deslizando para o baixo ventre.

Amanda suspira e ri.

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