Capítulo XXIX

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≈Antônio •

Sinto as lágrimas pingarem  e Amanda se ajoelha para me abraçar. Puxo o rosto dela para um beijo carinhoso. Minhas mãos tremem e eu respiro ofegante. Era como se o meu corpo todo estivesse em um choque constante e surpreendente. O mais puro nível de adrenalina.

— Coelhinha? - vejo Amanda questionar confusa depois de alguns segundos em silêncio.

— Eu sonhei... - ela ergue a sobrancelha - sonhei que estávamos em um campo e você encontrava um filhotinho de coelho, decidíamos adotar e você ficava extremamente feliz e encantada.

Amanda sorri me olhando com ternura e reparo que minha mão espalmava a barriga dela.

— Mas nem sabemos se é menina.

— Não tem problema - dou de ombros - se não for mudamos para coelhinho.

Ela sorri balançando a cabeça.

— Eu não imaginei que aconteceria tudo isso essa noite.

— Eu também não. - Puxo Amanda para o meio das minhas pernas e ela encosta a cabeça no meu peito.

— Eu senti tanto medo quando eu descobri... - ela suspira - eu sabia que você não reagiria mal, mas.. - aperto os braços dela em um carinho - eu senti tudo me atingir de uma vez.

— Me desculpa por não estar lá.

— Não pede desculpa.

— Peço sim, eu deveria estar lá. Deveria estar com você. Deveria ter segurado sua mão. Deveria ter te apoiado. - minha voz falha e entendo - foi por isso que a sua mãe veio.

— Sim - Amanda confirma balançando a cabeça - Lauren pediu o exame no hospital e eu descobri na hora, com ela.

— Foi por isso que você não passou no meu quarto...

Ela balança a cabeça e sinto as lágrimas se acumulando novamente.

— Meu Deus, eu não imaginei nem por um segundo.

— Me desculpa, eu não soube reagir. Eu não soube o que fazer. Eu tinha a certeza de que daria negativo.

— Eu que tenho que pedir desculpa por não estar lá. - a voz do meu médico vem a minha mente e eu sinto meu corpo arrepiar em um medo desesperador - Amanda... - minha voz falha - o médico disse que as chances disso acontecer seriam mínimas e que se acontecesse o risco do bebê nascer com algum tipo de deficiência seria enorme.

— Pelas minhas contas eu engravidei... aqui.

Arregalo meus olhos.

— Aqui? Na nossa primeira vez?

Ela concorda. Respiro aliviado.

— A calça jeans mais cara da história.

Amanda ri alto e eu comprovo, por sei la quantas vezes, que esse é o meu som favorito no mundo.

— Pô, cara. - ela ri de novo - não fala assim da nossa filha.

— Nossa filha - saboreio as palavras - vamos ter um bebê.

A CuraWhere stories live. Discover now