≈Antônio •
Sinto as lágrimas pingarem e Amanda se ajoelha para me abraçar. Puxo o rosto dela para um beijo carinhoso. Minhas mãos tremem e eu respiro ofegante. Era como se o meu corpo todo estivesse em um choque constante e surpreendente. O mais puro nível de adrenalina.
— Coelhinha? - vejo Amanda questionar confusa depois de alguns segundos em silêncio.
— Eu sonhei... - ela ergue a sobrancelha - sonhei que estávamos em um campo e você encontrava um filhotinho de coelho, decidíamos adotar e você ficava extremamente feliz e encantada.
Amanda sorri me olhando com ternura e reparo que minha mão espalmava a barriga dela.
— Mas nem sabemos se é menina.
— Não tem problema - dou de ombros - se não for mudamos para coelhinho.
Ela sorri balançando a cabeça.
— Eu não imaginei que aconteceria tudo isso essa noite.
— Eu também não. - Puxo Amanda para o meio das minhas pernas e ela encosta a cabeça no meu peito.
— Eu senti tanto medo quando eu descobri... - ela suspira - eu sabia que você não reagiria mal, mas.. - aperto os braços dela em um carinho - eu senti tudo me atingir de uma vez.
— Me desculpa por não estar lá.
— Não pede desculpa.
— Peço sim, eu deveria estar lá. Deveria estar com você. Deveria ter segurado sua mão. Deveria ter te apoiado. - minha voz falha e entendo - foi por isso que a sua mãe veio.
— Sim - Amanda confirma balançando a cabeça - Lauren pediu o exame no hospital e eu descobri na hora, com ela.
— Foi por isso que você não passou no meu quarto...
Ela balança a cabeça e sinto as lágrimas se acumulando novamente.
— Meu Deus, eu não imaginei nem por um segundo.
— Me desculpa, eu não soube reagir. Eu não soube o que fazer. Eu tinha a certeza de que daria negativo.
— Eu que tenho que pedir desculpa por não estar lá. - a voz do meu médico vem a minha mente e eu sinto meu corpo arrepiar em um medo desesperador - Amanda... - minha voz falha - o médico disse que as chances disso acontecer seriam mínimas e que se acontecesse o risco do bebê nascer com algum tipo de deficiência seria enorme.
— Pelas minhas contas eu engravidei... aqui.
Arregalo meus olhos.
— Aqui? Na nossa primeira vez?
Ela concorda. Respiro aliviado.
— A calça jeans mais cara da história.
Amanda ri alto e eu comprovo, por sei la quantas vezes, que esse é o meu som favorito no mundo.
— Pô, cara. - ela ri de novo - não fala assim da nossa filha.
— Nossa filha - saboreio as palavras - vamos ter um bebê.
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A Cura
FanfictionA cura é muito mais do que o objetivo, é se permitir viver a plenitude do processo. Quando Antônio descobre que está doente, ele perde todas as certezas da própria vida. Quando Amanda sofre uma grande desilusão, ela resolve ser livre. Um em busca de...