Capítulo XXXII

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≈Amanda•

Meu estômago girava como eu estivesse em uma montanha russa, minha cabeça latejava e eu abraçava o vaso com ainda mais força.

Foi quando ouvi a gritaria.

— Você tá maluco seu filho da puta? Quem você acha que é para aparecer aqui dessa forma?

— Quem é você?

— Não te interessa. Cai fora, AGORA!

— Você não é nada, maluco. Tá achando que pode gritar dentro da minha casa? Cai fora você.

Sinto um ódio descomunal subir pelo meu corpo e volto correndo pra sala.

— Sua casa? Nada aqui é seu, muito menos a nossa filha. Se você não sair agora eu vou chamar a polícia.

— Nossa filha? Você tá enganando esse otário?

A cena é rápida demais, a mão de Antônio voa em direção ao rosto do Felipe fazendo sangue automaticamente voar na roupa dele, parede do corredor e chão. Felipe leva a mão ao nariz que com certeza quebrou e começa a gritar.

Antônio acerta novamente o maxilar dele e os dois caem no chão. Felipe gritando de dor e Antônio cego de ódio.

— PARA! PARA! PARA - começo a gritar.

Sinto algo nas minhas pernas e vejo um sangue fino descendo pela minha coxa.

— Antônio! - chamo aos prantos e quando ele me olha se assusta.

Ele levanta correndo ao meu encontro e Felipe permanece no chão gritando com a mão no rosto.

— Pega um vestido, vamos para o hospital.

Antônio bate e tranca a porta largando Felipe no corredor e ouvimos alguns vizinhos sairem para socorrer ele.

Coloco uma roupa e em segundos Antônio já estava com as chaves do carro e me levando porta a fora.

Quando saímos Felipe já não estava mais lá, choro com medo de algo ter acontecido com o meu bebê. Antônio aperta minha mão me dando forças.

— Ele estava mentindo, você sabe, né?

Antônio balança a cabeça.

— Ela é sua filha!

— Eu sei, Amanda. Nunca duvidei nem por um mísero segundo.

Sinto um arrepio ao ouvir ele falar meu nome, havia desacostumado a ele me chamando assim.

— Amor? - ele me olha quando o farol fecha - jura?

— Juro!

Respiro por alguns segundos e choro baixinho.

Flashback on

≈4 meses antes≈

Ainda estava me acostumando com o silêncio da casa e a falta que ele fazia. Faziam dois meses que ele havia ido embora. Mesmo com todos os defeitos quando estávamos bem, éramos ótimos juntos.

Ainda que a forma dele ir embora tenha sido muito abrupta, eu sentia falta dele.

Ouvi a porta abrir e como se tivesse me sentido, Felipe entra bebado e feliz.

— Amor! - ele grita abrindo os braços. Que saudade!

Olho confusa pra ele e o vejo caminhar até mim.

A CuraWhere stories live. Discover now